Os novos topos de gama da Xiaomi estão a trocar a resolução WQHD+ por algo mais próximo do FHD+ e, à primeira vista, parece ser um downgrade. Afinal, no papel, a resolução é bastante mais baixa. Porém, na prática, a história é um bocadinho mais complexa.
Há aqui uma jogada técnica que foge ao óbvio e que pode ser exatamente aquilo que os smartphones de 2025 precisavam. Mais concretamente, a mesma nitidez, menos consumo e melhor autonomia.
O segredo está nos subpíxeis, não só nos píxeis!

A Xiaomi está agora a usar um painel TCL M10 com subpíxeis RGB “reais” em vez da habitual matriz pentile.
O que significa isto? Apesar da resolução nominal ser FHD+, o número total de subpíxeis é equivalente (ou superior) ao de muitos ecrãs WQHD+ pentile. O que por sua vez se traduz em texto mais nítido, cores mais consistentes e, sobretudo, menos esforço do GPU para renderizar a imagem.
Em bom português, tens o aspeto de um ecrã 2K com o gasto de um ecrã 1080p.
O que faz algum sentido, visto que andar a dizer que temos 2K ou 4K num ecrã que nem chega às 7 polegadas… É um pouco… Sem sentido.
Bateria e desempenho agradecem!
Renderizar menos píxeis significa menos trabalho para CPU e GPU.
Em jogos e no dia a dia, isto significa temperaturas mais controladas e autonomia superior, isto sem perder qualidade visual. Por isso, agora que temos smartphones com baterias maiores, a diferença vai ser palpável.
Há diferenças para 1440p?
Há cenários em que o WQHD+ ainda brilha.
Capturas de ecrã ampliadas mostram mais detalhe. Em conteúdos nativos 1440p, a compressão é menor. E se colares o ecrã à cara, vais notar alguma vantagem. Agora, no uso real e a um palmo de distância, com um painel RGB bem calibrado, a diferença tende para zero.
Aliás, as apps fazem upscaling/downscaling com qualidade suficiente para que, num painel de qualidade, a perda seja mínima. O que mais estraga a experiência nem é a resolução, é a taxa de bits.
Um bom FHD com bitrate alto parece melhor do que um 1440p comprimido até à exaustão.
Então, isto é corte nos custos?
Sim, é óbvio que um ecrã com menor resolução vai ser mais barato. O que por sua vez, multiplicado por milhões de unidades, vai fazer a diferença nas contas.
Mas, pelo menos aqui, a Xiaomi não cortou nada com o objetivo de poupar dinheiro. É uma otimização que acaba por fazer todo o sentido.
Ou seja, há sempre poupança quando baixas specs. Mas, neste caso, a mudança tem fundamento técnico sólido e benefícios claros no equilíbrio autonomia/desempenho.
