Wi-Fi público e multibanco: o erro que custa centenas de euros!

Hoje em dia quase ninguém vive sem a app do banco no telemóvel. Consultar saldo, transferir dinheiro, pagar contas, carregar o telemóvel ou até levantar numerário através do MB Way tornou-se rotina. Mas há um erro silencioso que muitos cometem e que pode sair muito caro: usar estas aplicações em redes Wi-Fi públicas. Muitos acreditam que, se estão ligados a uma rede de um café, de um centro comercial ou do aeroporto, estão seguros. Afinal, se toda a gente usa, não deve haver problema. Mas a verdade é que estas ligações são, na maioria dos casos, um convite aberto a hackers. Assim se utiliza as funções multibanco num Wi-Fi público pense duas vezes.

Porque as redes Wi-Fi públicas são tão perigosas

As redes abertas raramente usam encriptação forte. Isso significa que os dados que passam entre o teu telemóvel e a internet podem ser interceptados. Se estiveres a entrar na tua app bancária, há criminosos capazes de capturar logins, senhas temporárias e até números de cartões.

Ainda pior: existem redes falsas, criadas apenas para apanhar vítimas. Basta um criminoso montar um hotspot com nome apelativo “Free_Airport_WiFi”, “Shopping_Center_Guest” ou até “McDonalds_WiFi” e dezenas de pessoas ligam-se sem pensar duas vezes. Nesse momento, todo o tráfego pode ser monitorizado ou manipulado.

Riscos concretos de usar apps bancárias em Wi-Fi público

Roubo de credenciais bancárias

Hackers podem gravar o que envias, capturando dados de login, passwords temporárias e números de cartões.

Ataques man-in-the-middle (MITM)

O criminoso coloca-se entre ti e o banco, recebendo e alterando a informação. Imagina transferires 100 € para o teu amigo e o hacker mudar o IBAN para a própria conta.

Sessões falsas

Ao capturar cookies e tokens de autenticação, alguém pode entrar na tua conta sem precisar sequer da tua password.

Instalação de malware

Algumas redes abertas injetam código malicioso no navegador ou no próprio telemóvel, criando portas de entrada permanentes para espionagem futura.

Casos reais

Portugal: a Polícia Judiciária já alertou para esquemas em zonas turísticas do Algarve e de Lisboa, onde redes falsas foram criadas para apanhar dados de utilizadores estrangeiros.

EUA: em testes feitos em aeroportos, mais de 40% das redes públicas analisadas permitiam capturar dados sensíveis sem grande esforço técnico.

Europa: consumidores reportaram perdas de milhares de euros após acederem ao banco em hotéis e cafés. Muitos só se aperceberam dias depois, ao ver movimentos estranhos nas contas.

Consequências para as vítimas

O problema não é apenas o dinheiro roubado. O acesso a apps multibanco pode expor:

• Dados pessoais completos (NIF, moradas, contactos).
• Acesso a cartões e contas secundárias.
• Histórico de transações que se pode utilizar para aplicar novas burlas.
• Ataques em cadeia a familiares ou colegas, se o e-mail for comprometido.

Muitas vezes, os prejuízos são difíceis de recuperar, e mesmo quando os bancos devolvem o dinheiro, o processo é longo e desgastante.

Como te protegeres

Prefere sempre dados móveis. 4G ou 5G são muito mais seguros do que Wi-Fi aberto. Se tiveres mesmo de usar Wi-Fi público, evita sempre entrar em apps bancárias, MB Way ou serviços sensíveis. Limita-te a navegação básica.

Entretanto usa VPN. Cria uma camada extra de encriptação que torna quase impossível a interceção dos dados.

Ativa notificações no banco. Recebe alertas em tempo real para qualquer movimento na conta. Se algo estranho acontecer, consegues agir de imediato.

Autenticação de dois fatores (2FA). Mesmo que alguém roube as tuas credenciais, precisará de uma segunda confirmação.

Evita guardar passwords no navegador. Se o telemóvel for comprometido numa rede pública, as senhas guardadas podem ser extraídas facilmente.

Dicas práticas para o dia a dia

Estás num café e precisas de transferir dinheiro? Usa dados móveis, mesmo que o Wi-Fi gratuito esteja disponível.

Entretanto em viagens, especialmente no estrangeiro, nunca uses Wi-Fi de aeroportos ou hotéis para entrar no banco.

Para além disso desconfia sempre de redes “abertas” sem password ou de nomes demasiado genéricos.

Fazer uma transferência ou consultar o saldo enquanto bebes café pode parecer prático, mas em redes Wi-Fi públicas é uma porta aberta para criminosos digitais. Regra simples: operações bancárias só em dados móveis ou em Wi-Fi privado e seguro. Um pequeno cuidado pode evitar um grande prejuízo e proteger não só o teu dinheiro, mas toda a tua identidade digital.