No mundo da programação, habituado a metas rígidas, ciclos de produtividade agressivos e uma constante pressão para entregar melhor e mais rápido, começou a ganhar força um conceito que, à primeira vista, parece quase uma contradição: vibe coding.
O termo nasceu em comunidades online como Reddit e Discord, espalhou-se rapidamente entre developers e está agora a ser encarado como uma verdadeira resposta ao desgaste que se vive no setor tecnológico.
Mas afinal, o que é vibe coding? E porque é que tanta gente está a falar disto?
Programar ao ritmo do momento

Vibe coding não é um método, é quase um estado de espírito.
Ou seja, é programar sem pressão, sem plano, e sem grande estrutura. Em vez disso, o developer entra num modo mais livre: abre o editor de código, põe música, mexe em ideias antigas, refatora pequenos trechos ou experimenta soluções que sempre quis testar mas nunca teve tempo.
Claro, também usa ferramentas IA para tentar copiar e colar vários segmentos de código estranho, num único projeto. Quase numa forma de “tirar ideias”, sem andar a arrancar cabelos.
Basicamente, é programar porque sim, porque apetece, porque a energia do momento inspira. Para muitos, é a forma mais pura de regressar ao entusiasmo inicial pela programação.
É o sinal dos tempos!
A popularidade crescente do vibe coding não surge por acaso. Nos últimos anos, a indústria tem acelerado a um ritmo que muitos consideram insustentável. Deadlines apertados, rotinas extenuantes, ciclos de sprints intermináveis e dramas relacionados com burnout tornaram-se comuns em equipas de engenharia.
Neste contexto, vibe coding aparece como um ponto de fuga. Não se trata de trabalhar menos, mas sim de recapturar o prazer da criação sem a pressão constante da entrega.
Curiosamente, vários developers afirmam que as suas melhores ideias surgem precisamente neste estado. Mas, também se abre a porta a erros e inconsistências no código. É por isso que muitos programadores mais “sérios” detestam a tendência.
Porque importa esta tendência?
O vibe coding é um lembrete de que o ato de programar nasceu da curiosidade e da experimentação, antes de se tornar uma engrenagem de produção. Recuperar isso pode fazer toda a diferença no bem-estar e na criatividade de quem vive deste mundo digital.
