USB-C: porque os cabos parecem todos iguais… mas não são

Quando o USB-C foi apresentado em 2014, parecia o fim de todos os problemas: um único cabo para carregar, transferir dados, ligar a monitores e muito mais. Pequeno, reversível (adeus ao drama de tentar enfiar o USB ao contrário) e supostamente universal. Mas a realidade acabou por ser bem diferente. Hoje, os cabos USB-C são um verdadeiro quebra-cabeças e podem enganar até os utilizadores mais experientes.

O problema: nem todos os cabos são iguais

Embora todos tenham o mesmo formato, os cabos USB-C não oferecem as mesmas capacidades. Uns apenas carregam telemóveis, outros transferem ficheiros a velocidades gigantescas e alguns conseguem até transmitir vídeo como se fossem HDMI.

A confusão aumenta porque nem sempre os fabricantes indicam claramente as especificações. Resultado: podes ter em casa uma gaveta cheia de cabos iguais à vista, mas que fazem coisas completamente diferentes.

Para que serve o USB OTG

O que os cabos podem (ou não) fazer

Transferência de dados: varia entre os 480 Mbps (USB 2.0, bem lento) e os impressionantes 80 Gbps do USB4 2.0.

Carregamento: alguns chegam aos 240 W (suficiente para carregar portáteis potentes), enquanto os mais básicos ficam pelos 15–18 W — mal dá para smartphones atuais.

Vídeo: só os cabos com Alt Mode HDMI ou DisplayPort permitem ligar o telemóvel ou portátil diretamente a uma TV ou monitor. Mesmo assim, nem todos os ecrãs aceitam USB-C como entrada, o que obriga muitas vezes a usar adaptadores.

Como escolher o cabo certo

Antes de comprar, deves saber exatamente o que precisas:

  • Só para carregar? Vê a potência (W).
  • Para transferir ficheiros pesados? Olha para a velocidade de dados (Gbps).
  • Para ligar a monitores? Confirma se suporta Alt Mode.

Se quiseres “ficar preparado para o futuro”, a melhor aposta são cabos USB4, mas atenção: custam bastante mais.

como escolher o cabo usb-c correto para o seu dispositivo

Como distinguir cabos que já tens em casa

Se já tens vários cabos USB-C espalhados pela gaveta, há algumas formas de descobrir o que cada um faz:

Verifica a embalagem: é a forma mais fiável, mas muitas vezes já não existe.

Procura certificação USB-IF: cabos recentes trazem o logo “Certified USB” com números de potência e velocidade.

Thunderbolt: têm um pequeno ícone de raio e oferecem funções extra, mas usam tecnologia da Intel.

Comprimento como pista:

  • USB 2.0 pode ter até 5 metros.
  • USB 3.0 e 3.1 até 3 metros.
  • USB 3.2 e USB4 raramente passam de 80 cm.

Ou seja: se tens um cabo USB-C muito longo, já sabes que não pode ser dos mais rápidos.

O USB-C trouxe a promessa de simplicidade, mas acabou por criar ainda mais confusão. Dois cabos que parecem idênticos podem ter capacidades totalmente diferentes e isso pode significar carregar mais devagar, transferir ficheiros em velocidade de caracol ou descobrir que afinal não funciona na TV.

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A ferver

Bruno Fonseca
Bruno Fonseca
Fundador da Leak, estreou-se no online em 1999 quando criou a CDRW.co.pt. Deu os primeiros passos no mundo da tecnologia com o Spectrum 48K e nunca mais largou os computadores. É viciado em telemóveis, tablets e gadgets.

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