Um simples telefonema tornou-se num pesadelo digital. Spoofing, clonagem e medo o que está realmente a acontecer? Imagina isto: estás em casa, tranquilo, e de repente descobres que o número de telemóvel da tua mulher está a ser usado por outra pessoa.
Não é brincadeira, não é coincidência é spoofing, uma técnica que permite fazer chamadas e mensagens como se fossem do teu número real. E está a acontecer a cada vez mais portugueses. Mas como estão a usar o número que é de outra pessoa?
“A minha mulher recebeu uma chamada com números espanhóis e uma mensagem no Telegram. Pensei que fosse spam. Depois fui ver e ela tinha o Telegram ativo mas ela nem sabe usar aquilo! Entrámos em pânico.”
O casal percebeu que alguém estava a usar o número dela, e o pânico instalou-se: será um ataque direto? uma burla? um erro da operadora?
O que é afinal o spoofing?
O spoofing é uma técnica usada por burlões para falsificar o número de telefone de origem.
Ou seja, alguém pode ligar-te e no teu ecrã aparece o número de um familiar, de um banco, da polícia… ou do teu próprio contacto.
Funciona através de software que manipula o identificador de chamadas (caller ID), e é quase impossível de bloquear. O objetivo? Enganar-te, roubar dados, pedir códigos de autenticação ou simplesmente usar o teu número em burlas de terceiros.
“A PSP nem sabia o que era spoofing”
Nos comentários, muitos confirmam o mesmo problema:
“Fui à PSP apresentar queixa e o agente nem sabia o que era spoofing. Admitiu que não estão preparados para estas novas ameaças.”
Outros sugerem criar um “rasto documental”:
“Mesmo que a polícia não resolva, regista tudo mensagens, prints, relatórios para prova futura. Assim, se usarem o número dela em burlas, consegues mostrar que foste vítima.”
Há também quem aconselhe comunicar o caso à operadora e à CNPD (Comissão Nacional de Proteção de Dados). Mas, na prática, mudar de número é quase sempre a única solução real algo impensável para quem usa o mesmo número há 20 ou 30 anos.
O que fazer se isto acontecer contigo
Contacta a tua operadora imediatamente. Pede que confirmem se há mais de um cartão ativo com o teu número (ou um eSIM não autorizado).
Faz queixa à PSP ou PJ (podes usar o portal de cibercrime online). Mesmo que não resolva o caso, ficas legalmente protegido se o número for usado em burlas.
Informa a ANACOM e a CNPD. As autoridades precisam de mais casos reportados para agir sobre estas falhas sistémicas.
Guarda tudo. Prints, mensagens, emails, datas e horas. É a tua prova de inocência se alguém usar o número em fraudes.
Considera mudar de número. É uma chatice, mas pode ser o único caminho se o spoofing persistir.
Spoofing não é brincadeira
O spoofing já é usado em esquemas internacionais para roubo de identidade, clonagem de cartões SIM e burlas bancárias. O perigo não é só receber chamadas falsas é alguém usar o teu número para enganar outros, criando um rasto digital que aponta para ti.
E o mais assustador?
A tecnologia usada para isto é barata, acessível e difícil de rastrear.
O desabafo final
O autor do post resume bem o sentimento de muitos portugueses: “Estou literalmente em pânico. Ver estas coisas acontecerem deixa-me doente. Já fiz queixa na PJ e na CNPD, agora é esperar o melhor.”
Vivemos tempos em que qualquer número pode ser clonado, qualquer identidade pode ser usada e qualquer vítima pode ser “acusada” sem culpa. E enquanto as operadoras e as autoridades continuarem um passo atrás, o spoofing vai continuar a ser o golpe invisível mais perigoso de Portugal.
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