Carl Pei, o muito conhecido fundador da Nothing e responsável máximo pelo sucesso da velhinha OnePlus, veio lançar mais umas farpas à Apple. Afinal, segundo o CEO, a gigante de Cupertino está cada vez mais aborrecida, deixou de ser criativa e já não inspira as novas gerações.
Mais concretamente, “Hoje em dia, a Apple é uma empresa grande, corporativa e sem alma”. O que muito honestamente, não é de todo mentira. A Apple, tal como muitas outras fabricantes, está encostada à sombra da bananeira a tirar partidos de tudo aquilo que fez no passado.
Pessoalmente ainda me lembro muito bem dos primeiros iPod, do primeiro iPhone, e até do primeiro iPad que tanto jeito me deu na faculdade. Agora? Os tempos são outros. Mas, o problema é que as pessoas estão a ficar céticas.
O futuro? Só uma app. O sistema operativo?
Para o CEO da Nothing, o futuro dos smartphones não passa por ter dezenas de apps espalhadas no ecrã. A ideia dele é simples (e um bocadinho radical). Ou seja, vamos ter apenas uma app, o sistema operativo. Como é que funciona? Simples, esse sistema vai conhecer-nos tão bem que saberá o que queremos antes de nós próprios.
Ou seja, em vez de desbloqueares o telemóvel, pensares no que queres fazer e abrires a app certa, o telefone vai sugerir-te logo a ação. Se estiveres a caminho do ginásio, ele recomenda a playlist ideal. Se for hora de almoço, reserva-te um lugar no restaurante habitual. Tudo sem tocares em absolutamente nada.
Quando é que isto poderá acontecer?
A IA está a evoluir a um ritmo quase absurdo. Porém, na mente de Carl Pei, isto só deverá ser uma realidade dentro de 7 anos ou mais. Curiosamente não porque a tecnologia não é capaz, mas sim porque o público ainda está preso ao modelo tradicional.
Ou seja, se a Nothing quisesse lançar um smartphone sem apps, ninguém o iria comprar, por muito incrível que este fosse. O ser humano é muito resistente à mudança. Por isso, o plano é ir sugerindo, testando, ouvindo o feedback e evoluindo devagar.
E os Nothing Phone? Não são como os iPhone ou Samsung Galaxy?
Apesar das críticas à Apple, Pei não está propriamente a reinventar a roda com os seus smartphones. Ainda assim, a marca tem ganho algum destaque, especialmente com os seus designs minimalistas e transparentes. A mais recente aposta, o Nothing Phone (3a), continua a tentar dar que falar num mercado dominado pelas reconhecidas gigantes.
No fundo, Pei quer aquilo que muitos startups ambiciosas sonham: desafiar os grandes, ser irreverente e mudar o paradigma. Mas para isso acontecer, é preciso mais do que boas intenções. É preciso inovação a sério.
Assim, veremos se, nos próximos anos, o futuro se resume mesmo a uma única app. Ou se continuamos a viver entre ícones coloridos no ecrã.