O tablet, como produto, sempre teve, e na realidade continua a ter uma crise de identidade. Sendo exatamente por isso que várias fabricantes desistiram do formato ao longo dos anos, e na realidade, podemos até dizer que sem a afamada pandemia que fez das suas entre 2019 e 2022, muito provavelmente teríamos significativamente menos modelos nas prateleiras. Afinal… É para quem?
Serve para ver séries e filmes num ecrã de grandes dimensões dentro ou fora de casa? É para quem precisa de produzir conteúdo e para isso dá jeito uma caneta como é o caso do Apple Pencil? Ou é para tentar substituir o portátil, porém, com alguns compromissos à mistura?
É uma pergunta complexa, e que até pode ter várias respostas, porque claro está, um pouco à imagem do mundo dos portáteis, existem tablets para todas as carteiras, desde modelos low-cost à volta dos 100~200€, até a modelos Ultra Premium a ultrapassar os 1000€, como é o caso do Samsung Galaxy Tab S9 Ultra, ou é o caso do recentemente lançado Apple iPad Pro.
Mas, mesmo que um tablet de topo seja incrível, não pode, nunca, ser tão ou mais caro que um portátil equivalente.
Um Tablet custar o mesmo que um portátil? É uma loucura!
Portanto, apesar da crise de identidade que o tablet como produto sempre teve, é inegável que o padrão é o iPad. Dito isto, se quiser um portátil a sério, com tudo aquilo a que tem direito, é sempre boa ideia olhar para o modelo Pro deste tablet, o iPad Pro, que recebeu uma renovação há poucas semanas, que lhe deu ainda mais capacidades computacionais para o presente, e claro, também para o futuro.
Mas, também resultou num aumento de preço muito significativo. Um aumento que mete o tablet Pro da Apple, ao mesmo nível do MacBook Pro. Isto… Não faz qualquer sentido!
O iPad Pro começa nos 1229€ para o modelo com 11 polegadas de ecrã, e começa nos 1579€ para o modelo com 13 polegadas de ecrã. Preços para os modelos base, que claro, contam com apenas 256GB de capacidade de armazenamento interno. Algo que é obviamenete insuficiente para os tempos que correm no mundo mobile, especialmente quando a palavra Pro está envolvida.
Dito isto, se quiser aumentar a capacidade de memória para os 512GB ou 1TB, que são números muito mais interessantes, o preço já aumenta para os 1479€ ou 1959€ para o modelo de 11 polegadas e 1829€ ou 2309€ para o modelo de 13 polegadas.
- Nota: Preços sem teclado! Que são outros 399€, sendo uma parte essencial para que o tablet sirva como um substituto a um portátil.
Preços chocantes! Especialmente se começar a olhar para o preço do MacBook Pro de 14 polegadas.
O modelo base do MacBook Pro 14” custa 2049€, por sua vez com 8GB de memória RAM e 512GB de capacidade de armazenamento, se quiser 1TB, o preço sobe para os 2279€. Entretanto, se quiser 16GB, que para mim é a quantidade mínima de memória RAM num portátil comprado em 2024, o preço já vai para os 2509€.
Ou seja, se dissermos que o modelo que mais faz sentido do iPad Pro, é o de 13 polegadas com 1TB de armazenamento interno, e o pusermos ao lado do modelo do MacBook Pro que para mim também é onde começa a fazer sentido, que é o MacBook Pro 14” com 1TB de armazenamento e 16GB de memória RAM.
Estamos a olhar para um Tablet de 2279€ contra um portátil de 2509€. A diferença de preços é mínima! Especialmente quando temos em conta que o iPad Pro, apesar da nomenclatura Pro, tem o mesmo exato iPadOS que dá vida à restante gama de tablets da Apple.
Ou seja, apesar do facto de o hardware ser muito parecido ao que podemos encontrar num MacBook Pro equivalente, a realidade é que a experiência de software, e por isso de utilização no dia-a-dia, está muito mais limitada.
São preços que não fazem sentido! Aliás, são preços que mostram o porquê de a Apple não estar a conseguir vender portáteis ou tablets.
Antes de mais nada, o que pensa sobre tudo isto? Faz algum sentido este esquema de preços? Partilhe connosco a sua opinião na caixa de comentários em baixo.
Receba as notícias Leak no seu e-mail. Carregue aqui para se registar. É grátis!