Os QR Codes parecem inofensivos: um quadrado cheio de pontos pretos e brancos que, com um simples toque, abre um site, mostra um menu ou permite pagar um serviço. Tornaram-se tão comuns que já nem pensamos duas vezes antes de os usar. Mas essa confiança cega pode sair cara. Nos últimos meses, começaram a surgir em Portugal os primeiros casos de QR Codes falsos manipulados por burlões, e as histórias que chegam lá de fora mostram que o problema pode crescer rapidamente.
Como funciona a burla dos QR Codes falsos: simples, mas eficaz
O golpe é engenhoso porque aproveita algo banal. Os criminosos imprimem um QR falso e colam-no por cima do verdadeiro. A vítima, sem desconfiar, lê o código e é automaticamente enviada para:
- Um site fraudulento, com a mesma aparência do original.
- Um formulário falso que pede dados de login ou bancários.
- Ou, em alguns casos, para uma página que inicia imediatamente uma cobrança digital.
O mais assustador é que todo o processo parece legítimo. Em menos de 30 segundos, o utilizador pode entregar acesso ao cartão ou autorizar pagamentos sem sequer perceber.
Exemplos reais que já aconteceram
Este truque não é novo no mundo. Nos Estados Unidos, houve registos em parques de estacionamento, onde burlões colaram autocolantes falsos nos parquímetros. Os condutores acreditavam que estavam a pagar o estacionamento, mas na verdade estavam a transferir dinheiro para contas falsas.
Na Alemanha e em Espanha, a técnica já chegou a cartazes de concertos e menus de restaurantes. Em Portugal, começaram a surgir relatos em máquinas de serviços públicos e até em cartazes de rua. O padrão é sempre o mesmo: usar o QR Code como isco.
Porque é tão difícil detetar
Ao contrário de um email suspeito ou de um link estranho, os QR Codes não nos dizem nada à vista desarmada. São apenas manchas pretas e brancas. Só depois de lido pelo telemóvel é que vemos o endereço para onde aponta. E aqui entra o perigo: quem está com pressa raramente verifica o link antes de carregar.
É precisamente essa confiança automática que torna a burla tão perigosa.
O que podes perder:
- Dinheiro direto, se o QR falso apontar para um sistema de pagamento fraudulento.
- Dados pessoais e bancários, entregues a sites falsos que imitam bancos ou serviços.
- Contas comprometidas, caso uses o mesmo login em várias plataformas.
- Até instalação de malware no telemóvel, se o código abrir downloads maliciosos.
O prejuízo pode ir de alguns euros até perdas graves de identidade digital.
Como te proteger de forma prática
Não é preciso entrar em pânico, mas sim ganhar novos hábitos:
Observa o QR Code antes de usar. Se vires sinais de autocolantes colados por cima de outro, desconfia. Para além disso evita usar códigos em locais demasiado expostos (postes, muros, panfletos anónimos).
Entretanto usa apps que mostrem o endereço completo antes de abrir. Se o link parecer suspeito, não carregues. Por fim, prefere sempre sites oficiais e pagamentos dentro das apps bancárias, em vez de depender de QR Codes soltos.
O truque dos QR Codes falsos está a espalhar-se e Portugal já não estás imune. O que parecia apenas uma ferramenta prática para pagar o café ou ver o menu do restaurante pode, num instante, transformar-se numa armadilha que te rouba dinheiro ou dados.
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