Durante muitos e bons anos, foi considerado normal trocar de aparelhos eletrónicos, nomeadamente de telemóvel, todos os anos, ou algo muito perto disso. Aliás, em algumas regiões, com o tarifário certo, era garantido ter um telemóvel novo no seu bolso, todos os anos, quase sempre de borla.
Entretanto, com o evoluir da tecnologia, e encarecimento deste tipo de produtos, o 1 ano passou para 2, e eventualmente, começou a roçar nos 3 anos. Caso não saiba, hoje em dia, na União Europeia, o ciclo de vida de um smartphone encontra-se mesmo muito perto dos 3 anos, mas isso ainda não é suficiente! É preciso alongá-lo mais um pouco para garantir um certo nível de sustentabilidade no mercado.
Sendo exatamente por isso que a União Europeia vai tentar passar nova legislação para garantir que os nossos smartphones, tablets, portáteis, etc… Durem o máximo tempo possível nas nossas mãos.
Gosta de trocar de telemóvel todos os anos? Bem… Essa prática tem os dias contados!
Portanto, como deve imaginar, obrigar as fabricantes a estender o tempo de vida de um simples aparelho como um smartphone, quebra um pouco o seu molde de negócio básico. Ao fim ao cabo, o que acontece a uma fabricante de smartphones, se não conseguir vender smartphone?
Gigantes como a Samsung, Apple, Huawei, Oppo, Vivo, Xiaomi, etc… Vão ter de repensar a sua forma de estar no mercado Europeu.
Como é que as coisas vão funcionar?
Antes de mais nada, a UE vai forçar as fabricantes a apostar na autonomia da bateria, e eficiência, mas também na disponibilização de peças sobresselentes, para tudo, ou pelo menos quase tudo.
Vamos imaginar o seguinte exemplo, a Samsung lança o novo Galaxy S23 Ultra, segundo as novas normas da União Europeia, a gigante Sul Coreana vai ter de garantir a grande maioria dos componentes deste aparelho, durante pelo menos 5 anos. Não estamos apenas a falar da bateria! Estamos a falar da mainboard, das câmeras, dos ecrãs, etc…
Melhor autonomia? Como?
A Comissão Europeia quer ver baterias capazes de oferecer pelo menos 83% da sua capacidade total, após 500 ciclos de carga/descarga. Este número pode cair para os 80%, a partir de 1000 ciclos.
Em alternativa, estas mesmas fabricantes podem disponibilizar novas baterias, a preços em conta.
Além de tudo isto, é esperado que as reparações sejam abertas a todas as lojas, e não apenas a reparadores autorizados. A UE quer ver telemóveis reparados em qualquer lado, tal e qual como já podemos ver no mundo automóvel.
Desta forma existe mais concorrência, mais peças, e melhores preços. Se reparar um telemóvel for normal, vai ser normal mantê-lo durante muito mais tempo. Tal e qual como também é normal ver um carro a durar 10 ou 15 anos.
Entretanto, como nem só de hardware se faz um smartphone, é também esperado um novo esforço na parte do software. Para isso, as fabricantes vão ter de oferecer 5 anos de atualizações de segurança, e pelo menos 3 anos de atualizações funcionais.
Todas estas mudanças, se aprovadas durante este mês de Setembro, deverão entrar em efeito entre 2023 e 2024.
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