Ir ao supermercado tornou-se quase uma ciência. As promoções saltam à vista, as prateleiras estão organizadas ao detalhe e muitos produtos parecem verdadeiras “pechinchas”. Mas, no fim da passagem pela caixa, a fatura surpreende sempre pela negativa. A verdade é que alguns produtos que parecem baratos são, na prática, os que mais fazem subir a conta e os supermercados sabem disso.
A ilusão dos preços baixos
Os supermercados usam estratégias de psicologia do consumo para convencer os clientes de que estão a poupar. Os preços podem parecer baixos em comparação com outros produtos, mas o impacto na fatura é bem maior do que imaginas.
Produtos pequenos, mas de consumo rápido. Assim levam-te a comprar várias unidades.
Preços arredondados a “.99” – dão a sensação de desconto quando, na prática, não fazem diferença.
Marcas próprias – muitas vezes não são tão baratas como parecem quando comparadas ao preço por quilo ou litro.
Exemplos de produtos que parecem baratos (mas não são)
1. Snacks e bolachas
Um pacote custa entre 1 € e 2 €, mas dificilmente compras só um. São produtos de consumo rápido e impulsivo. Resultado: adicionas 5 € a 10 € à fatura em poucas embalagens.
2. Águas e refrigerantes em pequenas garrafas
Uma garrafa de 0,5 L pode custar 0,80 €. Parece barato, mas ao preço por litro, pode ser mais caro do que comprar refrigerantes premium em garrafas grandes.
3. Charcutaria e queijo embalado
Pacotes de 150 g a 2,50 € parecem acessíveis. Mas isso equivale a mais de 16 €/kg — muito mais do que o preço por quilo na venda ao balcão.
4. Produtos “prontos a comer”
Saladas embaladas, fruta cortada, sandes prontas. Pagas pela conveniência. Um simples tabuleiro de fruta cortada pode custar o triplo do mesmo produto inteiro.
5. Produtos em promoção “leve 2, pague 1”
A ilusão da poupança leva-te a comprar o dobro do que precisavas. Muitas vezes, gastas mais do que se tivesses levado apenas uma unidade ao preço normal.
O papel do preço por quilo ou litro
Uma das formas mais eficazes de perceber se um produto barato é mesmo económico é olhar para o preço por unidade de medida.
Exemplo real:
Pacote de 500 g de arroz: 1,20 € (2,40 €/kg).
“Promoção” de pacote de 1 kg: 2,50 € (2,50 €/kg).
Apesar de parecer uma melhor compra, na prática é mais caro.
É por isso que os supermercados escondem este detalhe em letras pequenas.
Produtos que encarecem a fatura silenciosamente
Além dos exemplos acima, há categorias que estão entre as maiores responsáveis por aumentar a conta sem perceberes:
- Produtos de marca premium em embalagens pequenas.
- Alimentos embalados em “doses individuais” (iogurtes, barras de cereais, snacks).
- Molhos e temperos industrializados. São baratos por unidade, mas somados ao longo do mês pesam muito.
Como evitar cair na armadilha
Olha sempre para o preço por kg/litro: é a métrica real de comparação.
Faz lista de compras: reduz compras por impulso, especialmente em snacks e doces.
Compra em embalagens maiores (quando faz sentido): arroz, massa, papel higiénico saem muito mais baratos em quantidades maiores.
Cozinha mais em casa: evita pagar extra por conveniência (como fruta cortada ou saladas prontas).
Desconfia das promoções demasiado chamativas: muitas são desenhadas para te fazer levar mais, não para poupares.
Quanto podes poupar?
Cortar nestes “produtos baratos que encarecem a fatura” pode significar uma poupança de 15 a 25 € por semana.
No final do ano, isso dá 600 a 1000 € que não saem do teu bolso.
Os produtos que parecem mais acessíveis são muitas vezes os que fazem disparar o total da fatura. Snacks, embalagens pequenas, conveniência e promoções ilusórias são alguns dos truques usados pelos supermercados para te fazer gastar mais.
Entretanto a solução é simples: olha sempre para o preço por quilo ou litro, planeia as compras e evita cair nas armadilhas do marketing. Assim, transformas cada ida ao supermercado numa verdadeira poupança e não numa armadilha invisível.
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