A petição Stop Killing Games já ultrapassou um milhão de assinaturas na União Europeia. Sim, um milhão. Algo que está a deixar as grandes editoras em polvorosa. Ou seja, movimento que exige leis de proteção ao consumidor mais rígidas para preservar jogos online mesmo após o fim oficial do suporte, está agora em posição de forçar um debate político sério a nível europeu.
Mas, como seria de esperar, os gigantes da indústria já estão a tentar travar a coisa antes que saia do controlo.
Ubisoft, Microsoft, Nintendo e companhia querem manter o controlo!
A organização Video Games Europe, um grupo de lobby financiado por pesos pesados como a Ubisoft, Take-Two, Activision Blizzard, Riot Games, Warner Bros., Microsoft e Nintendo, já veio a público dizer que não apoia a petição.
A desculpa?
“Descontinuar serviços online é uma decisão complexa e nunca tomada de ânimo leve.”
Ainda acrescentam que os jogadores têm sempre “aviso prévio” e que a decisão de encerrar servidores deve continuar a ser possível quando o serviço já não for “viável comercialmente”.
Ou seja, admitem que o lucro está acima da preservação cultural, da história dos jogos ou dos direitos dos consumidores que pagaram por algo que, um dia, deixou de funcionar.
Servidores privados? “Não dá”
Sobre a possibilidade de permitir servidores privados quando um jogo chega ao fim da vida, a resposta é igualmente previsível: “não é viável”.
No entanto, o criador da petição, Ross Scott (criador da série Freeman’s Mind), já respondeu com um vídeo a desmontar esse argumento. Segundo ele, não há base legal para responsabilizar as editoras por conteúdos criados em servidores privados de jogos abandonados.
Reforça ainda que ninguém está a pedir que os estúdios mantenham jogos online para sempre. Só que deixem os fãs manter viva a chama, se assim quiserem. Sem “roubar” nada a ninguém.
Afinal, se o jogo está abandonado… Qual é o mal?
Algo tem mesmo de mudar
O mais curioso é que esta resistência vem num momento em que a confiança do consumidor na indústria está por um fio. Os jogos estão cada vez mais dependentes de servidores, licenças e serviços online, mas quando esses serviços morrem, quem pagou… fica a ver navios.
Os jogos deixaram de ser “nossos”. Apenas estamos a comprar uma licença, temporária, para os jogar.
Assim, a verdade é que esta petição está a pôr o dedo na ferida! Não faz sentido que, em pleno 2025, ainda estejamos à mercê de decisões unilaterais que apagam jogos da história como se nunca tivessem existido.
Está na hora de dizer basta.