Os tempos em que a Qualcomm reinava o mundo Android com os seus processadores topo de gama chegaram ao fim em 2022, quando a MediaTek voltou finalmente Ă gama alta com o seu super poderoso, e eficiente Dimensity 9000, um processador que claro estĂĄ, vai ter um sucessor poderosĂssimo em 2023, na forma do Dimensity 9200.
No entanto, jĂĄ a contar com isto, a Qualcomm fez algumas diferenças na sua estratĂ©gia, especialmente na forma como organizar os seus nĂșcleos de processamento dentro da ‘die’. O que levanta uma questĂŁo… Quem vai ganhar a grande batalha de 2023? Pelo menos a dos primeiros 6 meses do ano, visto que depois vamos ver versĂ”es Plus, pelas mĂŁos de ambas as fabricantes.
Snapdragon 8 Gen2 vs Dimensity 9200: Quem reina em 2023?
Portanto, enquanto a Qualcomm reinou este mundo com pouca concorrĂȘncia nos Ășltimos anos, temos finalmente uma MediaTek forte e pronta a roubar o trono Ă sua velha rival.
Ă preciso ter em conta que a MediaTek estĂĄ a conseguir chegar aos aparelhos de muitas marcas de referĂȘncia do mundo Android, como Ă© a Xiaomi, Oppo, Vivo, e segundo alguns rumores, atĂ© existiram princĂpios de acordo com a Samsung, para o lançamento de um Galaxy S22 FE equipado com o Dimensity mais poderoso de 2022.
Estamos a falar de uma forte aposta para o “roubo” de quota de mercado Ă gigante Qualcomm. Por isso, depois de tudo o que foi feito em 2022, Ă© preciso perceber o que vai acontecer em 2023! Vamos por partes?
Configuração de Processadores
Qualcomm Snapdragon 8 Gen2:
- 1x Cortex-X3 (3.2GHz)
- 2x Cortex-A715 (2.8GHz)
- 2x Cortex-A710 (2.8Ghz)
- 3x Cortex-A510 (2.0GHz)
- GPU: Adreno 740
MediaTek Dimensity 9200
- 1x Cortex-X3 (3.5GHz)
- 3x Cortex-A715 (2.85GHz)
- 4x Cortex-A510 (2.0GHz)
- GPU: Immortalis-G715
Logo Ă partida, temos configuraçÔes diferentes, com o Qualcomm Snapdragon 8 Gen2 a aparecer com 4 partes, enquanto o Dimensity 9200 opta por trĂȘs partes, dentro do design Big.Medium.Little. Qual Ă© o melhor design? Excelente pergunta!Â
A Qualcomm afirma que vai manter dois nĂșcleos Cortex-A710 para manter o suporte a apps 32-bits, em vez de adotar Ășnica e exclusivamente nĂșcleos Cortex-A715. Ou seja, a Qualcomm optou por manter dois nĂșcleos mais antigos, em vez de remeter tudo para os nĂșcleos mais pequenos A510.
Por sua vez, a MediaTek adota um design mais convencional, esquecendo os nĂșcleos A710. O suporte a apps de 32 bits continua, mas apenas nos nĂșcleos A510, o que poderĂĄ afetar a performance nestas mesmas apps.
Em suma, duas filosofias diferentes para chegar Ă mesma meta. No entanto, Ă© necessĂĄrio salientar que a Qualcomm tem uma frequĂȘncia mais elevada nos seus nĂșcleos mais poderosos, o que no fim do dia pode fazer a diferença. Mas, e isto Ă© um grande mas, a MediaTek usa o processo de 4nm mais recente da TSMC, isto enquanto a Qualcomm teimou em nĂŁo revelar que processo utiliza. A MediaTek pode ter uma vantagem na eficiĂȘncia e dissipação de calor.
Ray-Tracing Ă© um dos focos em 2023
Na parte dos GPUs, tambĂ©m temos duas estratĂ©gias vastamente diferentes, com a Qualcomm a utilizar um Adreno 740, enquanto a MediaTek prefere um Immortalis-G715. O primeiro vem com um aumento de performance entre os 25~30%, enquanto o segundo parece conseguir ultrapassar a barreira dos 30%. Em termos de eficiĂȘncia, os ganhos sĂŁo mais ou menos os mesmos, com um aumento na eficiĂȘncia energĂ©tica a rondar os 40~45%.
Curiosamente, esta foco no Ray-Tracing aparece apĂłs a aposta da Samsung no Exynos 2200 do ano passado.
Quanto Ă performance, Ă© provĂĄvel que seja similar, mas a Qualcomm costuma ter melhores drivers, e por isso, no campo da performance sustentada e estabilidade, o Snapdragon 8 Gen2 deve ficar por cima.
InteligĂȘncia Artificial
O IA é cada vez mais importante no mundo mobile, sendo exatamente por isso que tanto a Qualcomm como a MediaTek estão a apostar forte e feio neste campo. Dito isto, a Qualcomm estå a apostar num DSP, com um aumento agressivo na performance de aprendizagem måquina e processamento por watt. Temos também suporte a INT4, com a aceleração Tensor a duplicar a performance.
Curiosamente, o Dimensit 9200 nĂŁo tem suporte a INT4. Ainda assim, o ganho de performance Ă© significativo, bem como o aumento da eficiĂȘncia energĂ©tica. Afinal, o APU 690 traz um aumento de 18% nas frequĂȘncias, e 30% mais eficiĂȘncia.
Muito importante é que todos estes ganhos também vão ter um profundo impacto no processamento de imagem. Mas ainda é cedo para perceber qual é o impacto no mundo real.
Fotografia
Por falar no processamento de imagem, ambos os processadores chegam ao mercado prontos para os mais recentes sensores de captura de imagem, com a Qualcomm a ter suporte ao sensor de 200MP da Samsung, isto enquanto a MediaTek afirma conseguir suportar até 320MP.
Isto significa pouco, porque é necessårio ter em conta a implementação de cada fabricante. Mas ambos os SoCs estão prontos para o presente, e também para o futuro.
EntĂŁo e o resto das tecnologias?
Em ambos os processadores, temos suporte a Bluetooth 5.3, Wi-Fi 7, RAM LPDDR5X, armazenamento UFS 4.0, e decoding AV1.
De forma mais exclusiva, o Snapdragon 8 Gen2 tem spatial audio com monitorização do movimento da cabeça, um acelerador gaming para bloom e motion blur, 5G Dual-Sim, e cùmera sempre ativa para funcionalidades de privacidade (esconder notificaçÔes se alguém estiver a espreitar).
Por sua vez, o Dimensity 9200 tenta alcançar tudo o que falhou no ano passado, que a Qualcomm jå tinha. Incluindo a possibilidade de chegar aos 144Hz em resoluçÔes QHD+, bem como o 5G Dual-SIM. Curiosamente, temos ainda melhoria de qualidade de imagem por IA.
ConclusĂŁo – Quem ganha?
Muito honestamente, nĂŁo estou Ă espera de uma grande diferença no campo da performance. Mas no campo da autonomia da bateria… Isso sim, alguĂ©m vai sair vencedor, e isso pode fazer toda a diferença no mundo mobile em 2023.
A Qualcomm parece estar a dar primazia Ă performance pura e dura, com maiores frequĂȘncias, e mais um nĂșcleo ‘mĂ©dio’. Isto pode provocar um maior aquecimento, e perda de performance sustentada. Assim, com a MediaTek a preferir um processo mais poderoso e eficiente, ao mesmo tempo que opta por um design mais tradicional, e frequĂȘncias mais baixas, pode acabar por ultrapassar a Qualcomm onde realmente interessa.
No fundo, vamos ter de esperar pelos primeiros aparelhos baseados nestes processadores para tirar conclusĂ”es sĂ©rias. Mas uma coisa Ă© certa… Ă incrĂvel ver estas duas fabricantes em guerra.
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