Todos os anos, ouvimos a mesma promessa: o novo topo de gama “é o mais resistente de sempre”. Mas será que isso é verdade… ou estamos todos a cair no mesmo truque bem disfarçado? De facto, esta é a grande mentira dos smartphones caros.
Esta é a grande mentira dos smartphones caros!
Se está a pensar gastar mil euros num novo smartphone, é natural esperar que o aparelho aguente pancadas, riscos e quedas com mais bravura do que um modelo de 300€. A lógica parece simples: preço mais alto = materiais mais robustos. Mas a realidade pode ser bem diferente.
O que os testes não mostram (mas deviam)
Na prática, muitos dos vidros usados nos smartphones mais caros são exatamente os mesmos aplicados em modelos de gama média. E não estamos a falar de uma semelhança teórica é literalmente o mesmo material.
Veja-se o exemplo do Galaxy A56 (cerca de 500€), que vem com Gorilla Glass Victus+ à frente e atrás. Este é o mesmo vidro que equipava o Galaxy S22 Ultra… um modelo que custava mais do dobro! O que explica isto?
Resistência: um jogo de compromisso
A resposta está num detalhe técnico que raramente é explicado ao consumidor: é praticamente impossível ter um vidro que seja super resistente a riscos e ultra resistente a quebras ao mesmo tempo.
Vidros mais duros (resistentes a riscos) são menos flexíveis. Por isso quebram com mais facilidade. Já os que aguentam melhor quedas tendem a riscar-se com mais facilidade. Ou seja, as marcas têm de escolher um dos dois caminhos. E quem perde é o utilizador, que fica com a ilusão de “máxima resistência” quando, na verdade, há sempre um ponto fraco.
Até os topos de gama riscam… e cedo
Nos testes de dureza mais fiáveis (como os da escala de Mohs), mesmo os smartphones de luxo começam a apresentar riscos no nível 6 e marcas bem visíveis no nível 7. Ou seja, chaves no bolso? Moedas? Pó com areia? Tudo isso pode deixar marcas num telemóvel de 1200€, tal como num de 400€.
Pagar mais… por ilusão de segurança?
Claro que os modelos mais caros trazem câmaras melhores, ecrãs mais fluidos, desempenho mais rápido e funcionalidades extra. Mas se a sua prioridade for durabilidade, convém saber isto: o preço mais alto não significa um escudo impenetrável.
A verdadeira proteção ainda depende… da velha dupla: boa capa e protetor de ecrã.
Conclusão: o marketing é bonito, mas o vidro é o mesmo
Se procura resistência verdadeira, talvez seja melhor focar-se menos na etiqueta do preço e mais na proteção prática. Porque quando o telemóvel cai no chão, o que o vai salvar não é o nome da marca, é o que tem à volta dele.