Eu sou quase sempre muito crítico da Samsung, porque acredito com toda a minha alma que a fabricante podia fazer muito mais no mercado, se quisesse. Isto porque, a Samsung vive num daqueles momentos estranhos para qualquer gigante da tecnologia. Por um lado, domina por completo o ecossistema Android. Por outro, os números mostram que a sua presença está a encolher aos poucos.

Nada dramático, mas suficientemente consistente para começar a levantar algumas sobrancelhas, e claro, dar vontade às rivais de começar a investir mais um pouco.

• Samsung já não quer saber do Galaxy S? É porque pode?

Samsung continua no topo? Sim. Mas a cair aos poucos…

Portanto, de acordo com alguns novos dados, a Samsung caiu para 5.4% de quota quando olhamos especificamente para a utilização de dispositivos em novembro. Isto representa uma queda de 0.5% em três meses e cerca de 2% nos últimos três anos.

Aqui está a parte curiosa. Mesmo com sete dos oito smartphones Android mais usados do momento, a Samsung não conseguiu travar esta descida.

Os modelos continuam populares, mas vendem menos!

O Galaxy A12 continua a ser o Android mais popular, com 1.2% de quota na última semana. Ainda assim, é metade do que conseguia em 2022. Logo atrás surgem o Galaxy A13 (1%) e o Galaxy A15 (0.7%). Em suma, os Samsung continuam na mão de milhões, só que menos do que antes, e isso tem de ser importante ao olhos de todos.

Afinal, este é um claro sinal de desgaste na gama baixa e média, onde há uma avalanche de modelos equivalentes (e mais baratos) vindos da China.

Mas calma. A Samsung ainda manda nisto tudo!

Quando saímos do nicho e olhamos para o mercado Android global, a realidade muda completamente. Aqui, a Samsung continua a reinar com 30.5% da quota mundial. É quase um terço de todos os Android vendidos no planeta.

A seguir, vem a Xiaomi com 15.9%, depois a Vivo com 11.2%, seguidas pela OPPO (10%), Realme (5.2%), HONOR (3.7%), Infinix (3.4%) e até a Amazon aparece com 3.1%.

Ou seja, mesmo com um recuo de quase 4% em três anos, a Samsung continua tão à frente que seria preciso um milagre para alguém lhe roubar o trono.

Então o que está realmente a acontecer?

A posição da Samsung não está em risco, mas a tendência é curiosa:

• o mercado low-cost está dominado por marcas chinesas mais agressivas
• os consumidores estão a trocar menos vezes de smartphone
• a gama A da Samsung já não tem o mesmo impacto de anos anteriores, especialmente nos países emergentes. Além disso, os Galaxy S também parecem estar a perder força por falta de inovação no mercado.

Em suma, a Samsung continua gigante… só que um pouco mais pequena do que gostava de admitir.