As SMS foram durante anos um dos modos primários de comunicação entre utilizadores de dispositivos móveis, mas o advento das aplicações para chat começaram a destronar o protocolo de modo acelerado.
As principais lacunas das SMS prendem-se com a possibilidade de enviarem apenas texto e estarem limitadas em caracteres. A tentativa de evoluir as suas capacidades com o protocolo MMS falhou redondamente: não só os MMS estão limitados a imagens de baixa resolução, como as operadoras sempre se fizeram pagar bem por cada um enviado.
A Americana Sprint, em parceria com a Google, fez agora história ao inaugurar um formato amplamente mais capaz, o RCS.
- Quem está por trás dos RCS
Algo mudou com aplicações como a WhatsApp, que fez as operadoras perderem grandes fontes de rendimento e recolha de dados, quando as SMS começaram a perder popularidade e serviços de terceiros começaram a ocupar os espaços de comunicação dos utilizadores. As SMS estavam inegavelmente obsoletas e os consumidores desejavam um meio para trocar conteúdos audiovisuais, mas também simples mensagens de texto de modo instantâneo.
As operadoras moveram-se então em direcção a uma solução, com a aliança GSMA no centro do impulso.
A Google, no entanto, será o grande nome por trás do desenvolvimento dos RCS. Em Fevereiro anunciou a aquisição da Jibe, especializada nesta tecnologia.
A parceria com diversas operadoras foi anunciada no início de Novembro e engloba cerca de sessenta parceiros, com tendência para o crescimento.
- RCS, o que são e o que podem fazer por nós
A sigla RCS significa Rich Communication Services. O conceito base é permitir comunicações ricas, multimédia, entre utilizadores móveis mas com duas grandes novidades: não será necessária a ligação à Internet, nem uma app específica para o serviço.
De facto, os RCS funcionarão a partir da app base de troca de mensagens do terminal, tal como as SMS. No entanto, as suas capacidades serão muito ampliadas: as RCS permitirão transmitir imagens de alta resolução, vídeos, áudio ou ter conversas em grupo, e mensagens instantâneas com recibo de leitura.
Portanto poderemos fazer com os RCS tudo o que fazemos via WhatsApp, excepto que sem necessitarmos de apps extras, ou registo num serviço.
A app de mensagens do smartphone será capaz de enviar e receber todos estes conteúdos, sem necessitarmos sequer de possuir as mesmas apps em diferentes dispositivos, desde que sejam compatíveis com o protocolo.
No entanto, graças à enorme fragmentação do Android, é de esperar que inúmeros utilizadores não possam usufruir dos RCS de imediato. A plataforma pensa nestes casos e converte qualquer RCS em SMS corrente.
- Quando estarão disponíveis os RCS
Os RCS deverão começar a substituir as SMS em 2017, mas isto dependerá da implementação que cada operador fizer da nova tecnologia.
A Sprint Americana é a primeira a fazê-lo, mas a app compatível é a versão mais recente do Google Messenger.
Para o protocolo RCS estar disponível para todos os utilizadores, competirá aos fabricantes e operadoras a inclusão de apps compatíveis nas interfaces dos diversos dispositivos. As operadoras poderão igualmente implementar a tecnologia nas suas redes, permitindo a utilização de apps compatíveis, embora esse não seja o espírito da iniciativa que visa a disponibilidade dos RCS sem apps extra do lado do utilizador.
Aquilo que ainda não se sabe é como serão os custos. Previsivelmente as operadoras tentarão tirar proveito económico da tecnologia, mas com a elevada concorrência das aplicações de chat, o seu espaço de manobra não será extenso.
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