Sabias que agora os CTT entregam encomendas… por telefone?

Há coisas que só mesmo em Portugal. Um utilizador contou nas redes sociais que, enquanto trabalhava em casa, recebeu um email dos CTT a dizer que não tinha sido possível entregar a encomenda porque não atendeu o telefone. Sim, leste bem: não porque não estava em casa, mas porque não atendeu o telefone. “Eu e a minha mulher estávamos literalmente em casa. Só vi uma chamada perdida e minutos depois recebo um email a dizer que não atenderam. Achei que a entrega era na morada, não por chamada”, desabafou o utilizador. E rapidamente dezenas de pessoas apareceram a confirmar: não é caso isolado. Pessoalmente posso confirmar que já me aconteceu o mesmo, o que é realmente uma situação no mínimo insólita até porque idealmente os CTT não entregam encomendas por telefone.

O toque fantasma do estafeta

Vários utilizadores contaram histórias idênticas:

Um deles atendeu a chamada mesmo antes do estafeta desligar… e percebeu que este já tinha marcado no sistema que o cliente não estava em casa.

Outro viu o estafeta dos CTT parar à porta, não tocar à campainha, e deixar logo o aviso na caixa de correio.

Houve até quem dissesse que recebeu mensagens a confirmar “pedido para levantar no posto” sem nunca ter feito tal pedido.

“É prática comum”, diz um ex-funcionário. “Os estafetas têm centenas de entregas por dia, trabalham 10 a 12 horas, e ganham pouco. Então, quando estão atrasados, fazem um toque rápido só para constar no sistema que tentaram entregar.”

O outro lado da história

Mas nem todos culpam os entregadores. Um funcionário dos CTT comentou no próprio tópico:

“Cada um de nós sai com mais de 100 encomendas, rotas enormes, trânsito, clientes que demoram 20 minutos a aparecer. Se não formos rápidos, não conseguimos acabar o turno. Às vezes é impossível dar conta de tudo.”

Trabalham sob pressão, recebem pouco e são avaliados por número de entregas feitas.
O resultado? Pressa, improviso e stress. E quem paga a fatura é o cliente que, mesmo estando em casa, vê o estado do tracking mudar para “Destinatário ausente”.

Quando reclamar é preciso

Nos comentários, há quem já tenha perdido a paciência:

“Fiz queixa no Livro de Reclamações online e foi a única maneira de resolver.” “Até nos balcões dos CTT dizem para apresentar queixa, senão nunca identificam os responsáveis.”

É verdade. Quando a entrega falha sem tentativa real, o ideal é fazer uma reclamação com data, hora e número do tracking. Os CTT têm de validar a rota do estafeta e muitas vezes as provas mostram que ele nem sequer passou pela morada.

encomenda

A moda dos cacifos (e os seus limites)

Alguns consumidores já se renderam aos cacifos automáticos Locky ou pontos pickup para evitar o stress. A vantagem é óbvia: não tens de estar em casa. Mas há quem diga que as encomendas demoram mais, perdes o direito de reclamação mais cedo, e o processo nem sempre é simples.

“Os cacifos são ótimos para quem vive perto de um. Mas eu encomendo online precisamente para não ter de sair de casa”, escreveu uma leitora. E é difícil discordar.

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Catarina Couto
Catarina Couto
Apaixonada por tecnologia desde que usou o primeiro Nokia com ecrã monocromático, começou a escrever sobre gadgets ainda nos tempos da faculdade. Cresceu entre fóruns, blogs e lançamentos de telemóveis e nunca mais largou o mundo digital. Adora testar novos dispositivos, descobrir truques escondidos nos smartphones e simplificar a tecnologia para quem a usa no dia a dia.

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