Quando se olha para um smartphone, pelo menos para quem viveu uma era agora um pouco distante, é fácil olhar para um aparelho capaz de conjugar vários dispositivos em um só. Estamos a falar do leitor de casseste ou CDs, máquina fotográfica, máquina de filmar, lanterna, despertador, etc…
De facto, durante muitos anos, o rádio FM foi uma funcionalidade base de qualquer telemóvel. Era algo tão garantido como a lanterna ou o despertador. Mas hoje em dia? É mesmo muito raro.
Smartphones perderam o rádio FM. Sabes porquê?
Ainda existem smartphones com a funcionalidade, mas, em 99% dos aparelhos vendidos ao público, a verdade é que o rádio já não se encontra na gaveta de apps. Porém, a remoção do rádio não foi um erro nem um acaso. Foi uma escolha deliberada por parte das fabricantes de smartphones.
Aconteceu um pouco por falta de interesse (quem é que ainda ouve rádio sem ser no carro?), mas também pela conjugação de motivos técnicos, comerciais e estratégicos.
Que motivos técnicos? Espaço e Preço!
Como deve saber, as sfabricantes querem colocar cada vez mais componentes nos smartphones: mais e melhores câmaras, baterias maiores, sensores para tudo e mais alguma coisa. Tudo isto num corpo fino e compacto. Resultado? Alguns componentes, como o chip de rádio FM, acabaram por ser eliminados para libertar espaço e reduzir custos.
Streaming reina!
Com a chegada de apps como Spotify, Apple Music, YouTube Music, e com os dados móveis a serem cada vez mais rápidos e acessíveis, a perceção foi que o rádio já não fazia sentido.
Afinal, hoje em dia pode ouvir-se música, podcasts, notícias e emissões em direto através da internet. Aliás, até rádio pode ouvir através dos seus dados móveis.
Pressão das operadoras
Há também relatos de que as operadoras móveis fizeram pressão para que os chips de rádio fossem removidos ou desativados. O motivo é simples: ouvir rádio FM é gratuito, mas fazer streaming consome dados… e dados significam lucro.
Curiosamente… A capacidade está lá.
O mais curioso? Muitos smartphones ainda têm o chip de rádio FM incorporado, especialmente os que que têm como base um SoC da Qualcomm. No entanto, o chip está desativado por software ou simplesmente não é exposto ao utilizador.
Rádio offline podia ser útil. Segunda-feira foi um exemplo disso mesmo!
Quem tinha um telemóvel mais antigo ainda se safou. Mas, quem tem um smartphone mais moderno, especialmente modelos sem entrada de 3.5mm, foi obrigado a ir comprar um rádio aos Chineses, ou a ouvir a emissão no rádio do carro.
Antes de mais nada, em casos de emergência, como catástrofes naturais ou falhas de rede, o rádio FM poderia ser uma ferramenta vital e barata para ter acesso a informação rápida e fidedigna.