Queres RAM DDR6? Esquece, vais é meter DDR4

O regresso inesperado do DDR4 não é piada, é falta de alternativa.

Se alguém dissesse há dois anos que em 2026 estaríamos a falar num reforço sério de plataformas DDR4, a reação natural seria rir. Afinal, o mercado já tinha seguido em frente, visto que a RAM DDR5 era o presente e o futuro, e tudo o que fosse AM4 ou LGA 1700 começava a ser tratado como tecnologia de transição, ou de alternativa Low-Cost.

Pois bem, o low-cost pode vir a ser a escolha principal, visto que a realidade nos trocou as voltas.

Queres RAM DDR6? Esquece, vais é meter DDR4

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Portanto, segundo informações que andam agora a circular na indústria, a ASUS está a preparar-se para aumentar de forma significativa a produção de motherboards DDR4 já no primeiro trimestre de 2026.

O motivo é simples e até um pouco triste… A memória DDR5 está cara,e difícil de encontrar, por isso, é preciso olhar para outros lados.

Quando a IA empurra os gamers para trás!

O boom da IA não está apenas a inflacionar placas gráficas. Está a mexer em toda a cadeia de fornecimento, incluindo a memória. DDR5 tornou-se um recurso valioso para datacenters e projetos de larga escala, o que deixou o mercado de consumo a competir por migalhas… e a pagar por isso.

O resultado é previsível. Montar um PC gaming recente ficou mais caro do que devia, mesmo em segmentos onde o desempenho extra do DDR5 nem sempre justifica o custo. Para muita gente, a equação deixou de fazer sentido. É exatamente por aqui que a memória DDR4 volta à conversa.

Não porque seja melhor, mas porque é o que há.

AM4 continua vivo e a vender!

No lado da AMD, a ASUS deverá reforçar a produção de motherboards AM4, sobretudo com chipsets B550 e A520. Plataformas antigas, sim, mas ainda muito procuradas.

Os Ryzen 5000 continuam a vender bem, mesmo antes desta escassez de memória, e continuam a ser mais do que suficientes para gaming em 1080p e 1440p. Aliás, há alguns meses atrás vimos uma AMD a lançar novos processadores Ryzen 5000 para aproveitar alguns chips já feitos. Aparentemente… Foi mais inteligente do que aquilo que era suposto.

É verdade que já não se fala de upgrades futuros nem de saltos geracionais impressionantes.

Mas… É o que é.

A Intel (LGA 1700) também entra na equação

Do lado da Intel, a estratégia passa por reforçar a produção de motherboards LGA 1700 compatíveis com DDR4. Modelos com chipsets como B760 ou H610 deverão ganhar mais destaque, especialmente em canais online, onde a procura por soluções acessíveis continua elevada.

A Intel tem aqui uma vantagem clara. As gerações 13 e 14 ainda oferecem desempenho competitivo em gaming, mesmo com DDR4, e permitem montar máquinas equilibradas sem entrar no território absurdo dos preços atuais do DDR5.

Não é o futuro, mas é funcional.

Um sinal pouco simpático para o mercado

Este regresso ao DDR4 diz muito sobre o estado atual do hardware de consumo. Não é uma escolha estratégica pensada a longo prazo. É uma resposta de emergência a um mercado desequilibrado pela IA e por preços que fugiram completamente ao controlo.

Se esta tendência se confirmar, é muito provável que outros fabricantes sigam o mesmo caminho. O que é… Mesmo muito triste. Vamos andar para trás em vez de olhar em frente.

Nuno Miguel Oliveira
Nuno Miguel Oliveirahttps://www.facebook.com/theGeekDomz/
Desde muito novo que me interessei por computadores e tecnologia no geral, fui sempre aquele membro da família que servia como técnico ou reparador de tudo e alguma coisa (de borla). Agora tenho acesso a tudo o que é novo e incrível neste mundo 'tech'. Valeu a pena!

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