A RAM está caríssima. Ridiculamente cara. Ao ponto de, hoje em dia, começar a fazer mais sentido comprar um PC já montado do que andar a juntar peças uma a uma, como sempre fizemos.
Aliás, a coisa está tão estranha, que existem lojas a vender PCs já montados sem memória RAM. Ou seja, um PC Completo que… Não funciona. Dito tudo isto, por mais escassez à vista em 2026, a coisa não vai melhorar tão cedo.
Por isso, antes de entrares em pânico e largares dinheiro à toa, convém parar e fazer uma pergunta simples… Quanta RAM é que precisas mesmo para jogar? A resposta curta vai desiludir muita gente que anda a defender 32 GB como se fosse o novo mínimo aceitável.
O mito dos 32 GB para jogar

Ontem, estive a falar com um amigo que comprou um PC há coisa de 2 ou 3 meses, e ele comentou… “Devia ter comprado logo 64GB, em vez de apenas 32GB”. Isso é parvoíce. Até porque 32GB ainda é um exagero para a grande maioria das aplicações, como é o exemplo dos jogos.
Aliás, se formos pegar nos jogos mais populares do momento, aqueles que estão realmente a ser jogados todos os dias por milhões de pessoas, o cenário é bastante claro.
A esmagadora maioria continua perfeitamente confortável com 8 GB como requisito mínimo. E quando se fala em recomendações mais realistas, 16 GB continuam a ser o ponto ideal.
Ou seja, jogos como Fortnite, GTA V, PUBG, Helldivers 2 ou Genshin Impact pedem 16 GB como recomendação, mas não passam disso. Mesmo títulos mais recentes e tecnicamente exigentes não escalam para lá desse valor.
Isso significa que para jogar em condições normais, com definições altas e sem dramas, 16 GB continuam a ser mais do que suficientes.
Sabes porquê? Porque essa é a quantidade de memória que as consolas têm. Por isso, como os jogos são hoje em dia lançados para tudo e mais alguma coisa, não podem ser muito exigentes em alguns campos. A RAM é um desses campos.
Ah, e novas consolas? Só lá para 2027 ou 2028.
8 GB ainda chegam? Sim, mas com compromissos.
Aqui é onde a conversa fica menos linear.

Só o jogo a correr? 8 GB ainda dão conta do recado em muitos casos. O problema é tudo o resto que corre ao mesmo tempo.
Discord aberto, Chrome com meia dúzia de separadores, Spotify, launchers em segundo plano. Tudo isso come RAM como se não houvesse amanhã. O Chrome é especialmente guloso.
Por isso, 8 GB hoje em dia já exigem algum cuidado. Funciona, mas estás sempre a andar no limite. Qualquer coisa a mais e começas a sentir quebras, stutter e tempos de carregamento estranhos.
Se a diferença de preço não for absurda, 16 GB continuam a ser a escolha inteligente.
E nos portáteis, a conversa muda?
Nem por isso.

Para uso normal, trabalho, navegação, vídeos e multitasking leve, 8 GB continuam a ser o mínimo aceitável em 2025. Funciona, mas já não impressiona. Por sua vez, 16 GB fazem toda a diferença se trabalhas com muitas abas abertas, edição de imagem, algum vídeo ou simplesmente queres um sistema mais fluido durante mais anos.
24 GB ou mais só fazem sentido para usos muito específicos, como edição de vídeo mais pesada ou trabalho com modelos de IA.
Para o utilizador comum, é dinheiro mal gasto.
Conclusão simples, numa altura complicada
Com os preços da RAM ao nível atual, não faz sentido cair na narrativa do “quanto mais, melhor”. Para jogar, 16 GB continuam a ser o ponto ideal. 8 GB ainda funcionam, mas já com compromissos. 32 GB, na maioria dos casos, são um exagero.
Numa altura em que tudo está mais caro, gastar com cabeça é meio caminho andado para não te arrependeres daqui a seis meses.

