Achava que trocar o açúcar por adoçantes era uma opção mais saudável para os seus filhos? Pode estar prestes a repensar essa ideia. Um novo estudo apresentado no ENDO 2025, o congresso anual da Sociedade de Endocrinologia, descobriu que o consumo regular de adoçantes artificiais e açúcares adicionados pode acelerar a puberdade em crianças com predisposição genética. Sabia que os produtos light podem ter este efeito nas crianças? Mas há mais!
Alarmante: produtos light podem ter este efeito nas crianças!
Entre os principais culpados estão aspartame, sucralose, glicirrizina (presente na alcaçuz) e, claro, os açúcares adicionados. O mais alarmante? Estes ingredientes estão em todo o lado, seja em refrigerantes, sumos de pacote, gelatinas, pastilhas, iogurtes e até cereais infantis.
Quando a genética e a alimentação colidem
O estudo, conduzido por investigadores de Taiwan, seguiu mais de 1.400 adolescentes durante vários anos. Em quase 500 casos, foi diagnosticada puberdade precoce central uma condição em que a puberdade começa demasiado cedo devido a uma ativação precoce do cérebro.
Entre os jovens que consumiam mais adoçantes e açúcares, o risco disparava. E o risco era ainda maior em quem apresentava variações genéticas associadas à puberdade precoce.
“Este é um dos primeiros estudos a ligar diretamente os hábitos alimentares modernos à genética e ao início da puberdade em grande escala”, explicou o Dr. Yang-Ching Chen, da Universidade Médica de Taipei.
O que é a puberdade precoce central?
É quando o corpo começa a desenvolver características da puberdade muito antes do tempo. Assim para as meninas, pode acontecer antes dos 8 anos. No entanto, para os rapazes, antes dos 9.
Além do impacto emocional, isto pode comprometer a estatura final, causar distúrbios hormonais e até aumentar o risco de doenças metabólicas e reprodutivas no futuro.
Como é que os adoçantes afetam o corpo?
Em investigações anteriores, o Dr. Chen já tinha mostrado que certos adoçantes podem:
- Ativar hormonas da puberdade diretamente no cérebro
- Alterar a flora intestinal, influenciando genes ligados ao crescimento
- Estimular moléculas relacionadas com o stress, o que pode antecipar o desenvolvimento
Por exemplo, o AceK (acesulfame-K) pode ativar recetores de “gosto doce” nas células cerebrais, enquanto a glicirrizina interfere com o microbioma intestinal, enfraquecendo os “travões” naturais do corpo à puberdade precoce.
Diferenças entre rapazes e raparigas
Entretanto o estudo também revelou que os efeitos variam consoante o sexo.
Assim nos rapazes, o principal culpado foi a sucralose. Nas raparigas, a glicirrizina, a sucralose e os açúcares adicionados foram os mais problemáticos.
O que podem os pais fazer?
“Estas descobertas são um alerta direto para famílias, pediatras e responsáveis de saúde pública”, sublinhou o Dr. Chen.
Recomendações práticas:
- Moderar o consumo de alimentos com adoçantes artificiais
- Evitar produtos ultraprocessados com múltiplos aditivos
- Se houver casos na família, considerar discutir com o pediatra a possibilidade de rastreio genético
- Optar por alimentos frescos e naturais sempre que possível
Em resumo:
O consumo regular de adoçantes e açúcares está ligado ao início precoce da puberdade em adolescentes com fatores genéticos.
- Os efeitos são diferentes entre rapazes e raparigas.
- Os adoçantes mais problemáticos incluem aspartame, sucralose, AceK e glicirrizina.
- A puberdade precoce tem riscos físicos e emocionais a longo prazo.
- Uma alimentação natural e equilibrada é a melhor proteção.
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