A notícia não surpreende ninguém que viva no mundo real. Eu próprio, que sempre adorei ir comer fora para experimentar comida nova e excitante, deixei de o fazer em 2025 quase por completo devido ao exagero dos preços que se vê.
Prefiro fazer em casa, e de facto, até em casa, a coisa está complicada. Aliás, fui ontem às compras para a Passagem de Ano, e para duas pessoas, ficaram 100€ no supermercado. Está complicado ter os pequenos prazeres da vida. Por mais pequenos que estes sejam.
Isto é curioso, porque em outros anos, eu preferia sair e comer num restaurante. Uma experiência diferente, e claro, não passava o dia a cozinhar. Pagava para ter esse luxo. Hoje em dia está fora de questão.
Dito tudo isto, o ano de 2025 parece estar a fechar de forma negra para a restauração. Um verão fraco, um Natal abaixo do esperado e um réveillon que caiu cerca de 20%. O resultado está à vista! Mais encerramentos, mais queixas e mais pedidos de ajuda ao Governo.
Portugueses já não comem fora. Porquê? Porque é caro!

A questão aqui é… Não vai melhorar. O dinheiro deixou simplesmente de chegar. Por isso, o cliente mudou, e não foi porque quis.
Sim, as pessoas continuam a sair, mas menos. Escolhem melhor. Andam à procura de promoções em apps como o TheFork, cortam nos sítios banais, e até já fogem dos restaurantes de shopping porque os preços são exagerados para a qualidade da comida.
Acima de tudo, questionam pagar 20 ou 25 euros por pratos que conseguem fazer em casa igual ou melhor.
É um sinal dos tempos. Quando metade do salário vai para a renda ou prestação da casa, e por vezes é mais do que metade, ir comer fora deixa de ser assim tão importante.
Preços a subir, experiência a cair
Outro ponto recorrente é a perceção clara de que a relação qualidade preço piorou. Pratos mais caros, porções mais fracas, serviço mais irregular. Não em todo o lado, mas em demasiados sítios.
E isto não é só nos restaurantes, ontem paguei um café a 1.5€ num café de esquina. É um absurdo.
Como é óbvio, quando o consumidor sente que está a pagar mais para receber menos, corta. Simples.
Mais restaurantes e cafés do que mercado
Há também um tema incómodo que muitos evitam, mas que aparece várias vezes na discussão. Portugal tem restaurantes a mais para o poder de compra que tem.
Durante anos viveu-se de turismo, salários baixos, muita rotação de pessoal e, em alguns casos, economia paralela. Agora o contexto mudou. Custos mais altos, fiscalização maior, clientes mais pobres.
É inevitável que muitos restaurantes e cafés não sobrevivam.
Antes de mais nada, o que pensas sobre tudo isto? Ainda vais comer fora? Ou preferes fazer em casa?

