Portugal tem a fama de ser um país barato para viver, mas quem compra tecnologia por cá, ou outro tipo de produtos (como os carros), sabe que isso não se aplica a tudo.
Smartphones, consolas, TVs, computadores… quase tudo chega mais caro do que em Espanha, na Alemanha ou noutros mercados europeus. Algo muito estranho para nós, comuns Portugueses, porque temos um poder de compra bastante baixo face à restante Europa.
Há vários fatores concretos que explicam este fenómeno, e o pior é que alguns deles não mostram sinais de abrandar.
Porque é que quase tudo o que é eletrónico é mais caro em Portugal?
1. Mercado pequeno com preços grandes?
Portugal tem uma população pequena, e como deve saber, um poder de compra mais baixo face a Espanha ou outras regiões Europeias. Isto significa que não somos prioridade para as grandes marcas. Quando um produto novo é lançado, Portugal está longe do topo da lista, tanto em volume de stock como em condições comerciais.
Resultado? Pagamos mais, recebemos mais tarde e com menos campanhas promocionais.
2. Custos de logística e distribuição
A geografia também não ajuda. Muitos produtos chegam primeiro aos grandes centros de distribuição europeus (como Alemanha, França ou Países Baixos) e só depois são reencaminhados para mercados periféricos como o nosso.
Isso encarece o transporte, prolonga os prazos de entrega e pode mesmo limitar o número de unidades disponíveis.
3. A carga fiscal e taxas específicas
Além do IVA de 23%, que já é um dos mais altos da Europa, há também taxas específicas que encarecem os produtos. Um bom exemplo está na Taxa da Cópia Privada, que pode encarecer um produto até 15€ por unidade.
As empresas têm de adaptar os preços ao contexto fiscal nacional, e isso é muitas vezes feito à custa do consumidor.
5. Pouca concorrência real
Embora haja muitas lojas físicas e online, a verdade é que grande parte do mercado está concentrado em poucos grupos. Isso reduz a pressão competitiva nos preços. E mesmo quando há campanhas promocionais, são muitas vezes limitadas ou compensadas com preços base já inflacionados.
6. Falta de presença oficial de muitas marcas
Algumas marcas operam apenas através de distribuidores ou intermediários em Portugal, o que significa margens adicionais. É por isso que, muitas vezes, compensa mais comprar um produto num país vizinho, onde existe presença direta da marca e como tal, preços mais agressivos.
Há solução?
Em suma, e a curto prazo, dificilmente. Mas há formas de contornar isto: comparar preços em várias lojas, considerar compras online noutros países da UE (onde tens os mesmos direitos de garantia) ou apostar no mercado recondicionado.