Durante anos foi um clássico. Aquele puxador no tejadilho, logo acima da porta, que os passageiros agarravam em curvas apertadas ou travagens mais bruscas. Conhecido por muitos como a “pega do pânico”, parecia obrigatório em qualquer carro.
Mas, se reparar nos modelos mais recentes, vai notar que ela quase desapareceu. É mesmo muito rara, e para quem estava habituado, é algo que pura e simplesmente não se entende.
Não é só para cortar custos!
Nos carros mais baratos, como um Toyota Aygo ou um Volkswagen Polo, é fácil culpar a poupança de custos. Menos peças, menos euros na produção. Mas a verdade é que até modelos de luxo, como o Mercedes EQE SUV, já deixaram de ter a famosa pega.
Ou seja, aqui a explicação é outra.
Segurança e aerodinâmica acima do conforto?
A Mercedes, que é uma das fabricantes que removeu o utensílio de quase todos os automóveis, garante que a decisão está ligada a segurança e aerodinâmica.
Ou seja, para que um carro seja mais eficiente, precisa de um tejadilho mais baixo e uma linha mais fluída. É aqui que entra a desculpa… Ao que tudo indica, instalar uma pega obriga a aumentar a altura do teto. Porquê? Porque estas peças são feitas de material rígido e não podem estar demasiado próximas da cabeça dos passageiros em caso de embate.
Depois do design, vieram os testes. Violentos por sinal.
Durante o desenvolvimento dos modelos que agora andam nas estradas, as marcas chegaram a disparar cabeças artificiais contra o interior para verificar os danos. Se o material não cede, o carro falha nos testes de segurança. É por isso que hoje vemos interiores cada vez mais “moles” nas zonas da cabeça. A famosa pega acabou por ser sacrificada nesse processo.
Os designers também agradecem
Para os designers, a decisão também agrada! Menos elementos a quebrar as linhas do habitáculo e um aspeto mais limpo. Claro que, para quem gostava de se segurar ao puxador em estradas sinuosas, é menos uma ajuda disponível.
Ainda há (raras) exceções
Nem todos os carros perderam a pega. Em modelos grandes, hormalmente, ela continua a estar presente porque a marca considera que o público-alvo valoriza esse detalhe. Ou seja, ainda há espaço para conforto extra.
Mas, na grande maioria dos casos, é um desaparecimento que agrada às marcas e irrita os consumidores… Afinal, um componente multiplicado por milhões de unidades vai sempre dar uma poupança engraçada no final do ano fiscal.
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