À primeira vista, um carro elétrico devia ser mais barato de manter do que um carro a combustão. Não há mudanças de óleo, não há correias para substituir, a travagem regenerativa poupa travões e, regra geral, carregar custa menos do que abastecer.
Além disso, também são carros muito modernos, que por sua vez trazem uma mão cheia de ajudas à condução obrigatórias na UE que ajudam a manter o automóvel fora de perigo, e que o parque automóvel Português pura e simplesmente não tem.
Mas… Quando chega a primeira simulação de seguro, é provável que leves as mãos à cabeça. Porquê?
O valor do carro e o risco da reparação
As seguradoras fazem contas simples, que provavelmente não estavas a contar na altura da compra do automóvel.
Ou seja… Quanto vale o carro e quanto pode custar repará-lo?
Os carros elétricos, em média, são mais caros do que os equivalentes a gasolina. Além disso, dependendo do acidente, é provável que o componente mais caro (bateria), ou os sistemas à volta, tenham danos. Logo, um potencial sinistro representa um pagamento maior para a seguradora.
Reparar um elétrico é uma história complicada
Um elétrico não é apenas um carro com uma bateria. É todo um sistema tecnológico construído à volta de um pack gigante de alta voltagem. Isso muda tudo no pós-acidente.
Porque é que fica tão caro?
- um toque mais forte pode danificar ou stressar a caixa da bateria (Troca muito provável)
- se houver suspeita de impacto no módulo de alta voltagem, é necessário diagnóstico profundo
- sensores, câmaras e radares são muito mais sensíveis e caros
- poucos técnicos são certificados para trabalhar com alta voltagem
- peças difíceis de obter, muitas vezes só em centros aprovados pela marca
Enquanto o carro está na oficina, tens ainda custos de viatura de substituição que entram na equação da seguradora.
Falta de histórico? Isso paga-se!
As seguradoras conhecem carros térmicos há décadas. Sabem o que avaria, quanto custa e com que frequência. Nos elétricos, ainda não existe histórico suficiente.
Por isso, quando não há dados suficientes, o risco aumenta. E quando o risco aumenta, o preço do seguro sobe. É tão simples como isso.
Vai ser sempre assim? Não. Mas por enquanto sim.
A tendência é para melhorar, e até mais depressa do que parece. Mas, ainda vai demorar algum tempo. Ou seja, à medida que os elétricos se tornam mais comuns, os técnicos se habituam e os dados se acumulam, os seguros vão inevitavelmente ficar mais baratos.
Para já… ainda dói um bocadinho. Mas não vai ser para sempre.
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