Imagina chegares ao aeroporto e de repente todos os ecrãs apagarem, os quiosques de check-in deixarem de funcionar e os portões automáticos ficarem inutilizados. Parece cena de filme? Não. É exatamente o que já aconteceu em vários aeroportos europeus depois de um ataque informático. Mas afinal… o que fazem as companhias aéreas quando tudo corre mal? Como se ativa o plano B dos aeroportos.
O botão de emergência no Plano B dos aeroportos: voltar ao papel
Quando os sistemas de check-in e embarque falham, as companhias aéreas acionam imediatamente o que chamam de “procedimentos manuais”. Ou seja, listas de passageiros impressas, cartões de embarque escritos à mão e confirmação visual de passaportes em vez de scans automáticos.
É lento, caótico e gera filas intermináveis. Mas é a única forma de manter aviões a descolar sem depender da tecnologia.
Caos nos aeroportos: ataque informático deixa check-in sem sistema
Prioridade: quem viaja primeiro?
Nem todos os passageiros são tratados da mesma forma durante o caos. Nestes cenários, as companhias estabelecem prioridades:
Voos de longo curso tendem a ter prioridade, porque um atraso pode significar perder conexões internacionais.
Passageiros em ligação são chamados com antecedência para não ficarem retidos entre dois voos.
Casos especiais como famílias com crianças pequenas ou passageiros com necessidades médicas recebem assistência imediata.
Bastidores: como as equipas reagem
As companhias aéreas têm verdadeiros “kits de contingência” preparados para estas falhas. Logo à partida possuem impressoras portáteis para gerar listas em segundos. Têm também equipas destacadas só para reorganizar filas. Por fim existem supervisores a coordenar cada portão manualmente.
Muitos funcionários já passam por simulações internas. No entanto a verdade é que, na prática, a confusão é inevitável.
O lado que não vês: bagagens e segurança
Enquanto tu esperas na fila, nos bastidores há ainda mais pressão.
Bagagens: sem sistemas, o rastreio automático deixa de funcionar e torna-se manual, aumentando o risco de extravios.
Segurança: cada passageiro é controlado de forma extra, porque não há cruzamento automático de dados.
Ou seja, a fila que vês é apenas a ponta do iceberg.
As companhias aéreas e os próprios aeroportos têm sempre planos B, mas nenhum é perfeito. E quando o digital falha, o mundo da aviação volta a parecer o dos anos 80: lento, manual e cheio de stress.
Quando um sistema de check-in cai, não é só o aeroporto que entra em colapso. São milhares de passageiros sem saber o que podem exigir. A boa notícia? A lei europeia protege-te e em muitos casos tens direito a compensações.
Regulamento 261/2004: a tua arma secreta
A União Europeia tem um regulamento específico para atrasos e cancelamentos: o famoso Regulamento (CE) n.º 261/2004. Ele aplica-se sempre que:
- O voo parte de um aeroporto europeu.
- Ou chega à UE em companhia aérea comunitária.
Os teus direitos básicos
Assistência imediata: refeições, bebidas e comunicações (telefone/email) quando há atrasos significativos.
Alojamento e transporte: se o voo for adiado para o dia seguinte, a companhia deve pagar hotel e transfer.
Reembolso ou reencaminhamento: em cancelamentos, podes escolher entre reembolso do bilhete ou outro voo para o destino.
Compensação financeira: valores entre 250€ e 600€, dependendo da distância do voo e do atraso final.
Atenção: nem sempre há indemnização
Se a companhia provar que o atraso ou cancelamento se deve a “circunstâncias extraordinárias” (como condições meteorológicas extremas ou greves de segurança), pode não haver direito a compensação. Mas um ataque informático? Aqui a discussão é mais complexa. Já há casos em tribunal em que companhias foram obrigadas a compensar mesmo em falhas tecnológicas.
Como reclamar
- Guarda sempre cartão de embarque, recibos e comprovativos de despesas extras.
- Contacta primeiro a companhia aérea.
- Se não houver resposta, podes recorrer às entidades nacionais de aviação civil.
Dica Leak.pt
Muitos passageiros desistem por acharem o processo complicado. Mas hoje já existem plataformas e apps que tratam do pedido em troca de uma comissão. Se não quiseres perder tempo, pode ser o caminho mais rápido.
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