Durante anos, os Pixel da Google foram quase um hobby. Bons telemóveis, é certo, mas com distribuição limitada, marketing discreto e uma aura de “produto para fãs”. Nunca foram rivais aos Samsung, Huawei, Honor, Oppo, ou Xiaomi desta vida. Pois bem, hoje, isso mudou.
O Pixel está no meio dos grandes, e de certa forma, já ultrapassa em alguns pontos. Já não é só “o Android da Google”, é de facto um dos smartphones a considerar. Isso levanta uma questão: estamos a assistir ao nascimento de um novo gigante ou a uma concorrência desleal no mundo Android?
Quando o criador entra no jogo, o jogo tem de mudar!
A Google sempre foi o grande motor por trás do Android, o sistema operativo que alimenta praticamente todos os smartphones que não têm uma maçã atrás. Mas agora, a mesma Google está a lançar os seus próprios dispositivos.
Não contentes com o software, passaram também a desenhar o hardware, e de facto, não é um hardware qualquer. Os Pixel mais recentes, como o 8 Pro ou o 9, conseguem bater-se com os melhores da Samsung, da Xiaomi ou da OnePlus, muitas vezes oferecendo uma experiência mais fluída e mais inteligente… Curiosamente por menos dinheiro.
Estamos a falar de telemóveis com câmaras de topo, atualizações diretas durante sete anos, inteligência artificial aplicada em quase tudo e uma experiência limpa de Android que mais nenhuma marca consegue replicar. Porquê? Porque são eles que fazem o sistema operativo.
É quase como jogar com alguma batota.
A grande questão: concorrência ou batota?
Pensa nisto: a Google fornece o Android à Samsung, Xiaomi, Motorola, Honor e a tantas outras. É parceira de todas, fornece o sistema que torna os seus telemóveis viáveis.
Porém, ao mesmo tempo, está a lançar o seu próprio telemóvel com uma versão de Android mais afinada, com exclusividades e acesso antecipado a funcionalidades que só chegam mais tarde aos outros. Onde é que fica a linha entre concorrência saudável e desequilíbrio estratégico?
Isto seria o mesmo que a Microsoft vender PCs com Windows e, ao mesmo tempo, lançar o seu próprio portátil com melhor performance, melhores atualizações e acesso prioritário às novidades.
O consumidor agradece… Por agora?
Mas a verdade é que os consumidores estão a beneficiar. Os Pixel são telemóveis com uma relação qualidade/preço mais interessante. O design é original, o desempenho está à altura, e o suporte prolongado torna-os mais duráveis do que muitos rivais.
Aliás, há cada vez mais variedade! Desde os modelos “a” mais baratos, aos Pro com tudo e mais alguma coisa. Até há dobráveis. Assim, para quem quer um Android puro, seguro e recheado de IA útil, é difícil justificar outra escolha.
Além disso, a Google não esconde as suas intenções: quer mais mercado, quer presença em mais países e quer tornar o Pixel tão mainstream como o iPhone. A diferença é que, enquanto a Apple sempre jogou sozinha, a Google faz parte do ecossistema que os outros usam.
Os Pixel estão no meio dos grandes.
Resta saber quem é que vai sair mais afetado: a concorrência… ou o próprio ecossistema Android.