Acordar com a pele cheia de borbulhas estranhas é daquelas coisas que nos tiram o sono. Literalmente. Primeiro pensas que é alergia. Depois começas a desconfiar do detergente, do novo lençol, da planta no canto do quarto. Até que chegas à pergunta que ninguém quer fazer em voz alta: “Será que tenho bichos na cama?”. A resposta? Provavelmente sim mas não são os que estás a pensar. Como identificar picadas misteriosas?
Se acordaste com manchas vermelhas, comichão e marcas misteriosas pelo corpo, e não viste nem um único mosquito a voar… isto é para ti.
A caça ao culpado das picadas misteriosas começa na tua própria pele
Quando os bichos não aparecem, o corpo dá pistas. A forma, localização e até o momento em que as borbulhas surgem podem dizer muito sobre quem te anda a morder durante a noite. E spoiler: alguns são quase invisíveis.
Abaixo, explico os sinais mais comuns de cada tipo de infestação com base no que eu própria aprendi à força.
1. Ácaros: os mestres do disfarce microscópico
Estão por todo o lado, mas quase ninguém os vê. Os ácaros são como pó com pernas. Minúsculos, mas poderosos. As picadas surgem em grupos pequenos, muitas vezes acompanhadas de borbulhas parecidas com acne.
Como perceber? Se acordas com uma comichão difusa, vermelhidão em zonas cobertas e um leve ardor, pode ser ácaro.
O que fazer: Lava lençóis e cobertores a mais de 55 °C ou passa-os na máquina de secar no máximo durante 15 minutos.
2. Percevejos: os vampiros da madrugada
Se acordas com várias picadas alinhadas, tipo trilho no braço ou costas, os suspeitos mais prováveis são os percevejos da cama. Vivem nas costuras do colchão, atrás de quadros, dentro de tomadas são discretos, mas fazem estragos.
Pista-chave: Pequenas manchas castanhas ou avermelhadas nos lençóis (fezes ou sangue de picadas).
Atenção: Nem toda a gente reage às picadas. Ou seja, podes ter uma infestação… sem saber.
3. Pulgas: sim, mesmo sem teres animais
A ideia de que só quem tem cão ou gato apanha pulgas é mentira. Podes trazê-las na roupa, sapatos ou sofá da casa da tua avó.
As picadas aparecem em zonas baixas do corpo: pés, tornozelos, canelas. Costumam ser vermelhas, duras e muito, MUITO irritantes.
Truque para detetar: Usa calças claras e vê se algo salta. Também podes colocar uma taça com água morna e detergente no chão à noite, com uma vela acesa por perto. As pulgas são atraídas pela luz.
4. Mosquitos: os culpados mais óbvios, mas nem sempre visíveis
Se dormes com a janela aberta ou esqueces a luz acesa, é bem provável que seja um mosquito a provocar o caos. A diferença? As picadas são únicas, grandes e inchadas, geralmente nos braços ou rosto.
Quando aparecem: Logo à noite ou nas primeiras horas da manhã.
Nota: Se tens muitas plantas dentro de casa, a água acumulada também pode atrair mosquitos sem dares conta.
Dica de ouro: faz um “diário de picadas”
Pode parecer obsessivo, mas ajuda imenso. Anota:
Em que zonas aparecem as marcas;
Em que altura do dia;
Se surgem sozinhas, em linha ou agrupadas;
Se cheiram mal, ardem ou demoram a desaparecer.
E tira fotos! Às vezes, a evolução da borbulha revela mais do que parece.
Quando deves procurar ajuda?
Se começares a sentir febre, inchaço extremo ou sinais de infeção (pus, calor excessivo na zona, dor persistente), procura um profissional de saúde. Pode não ser só uma picada comum.
Além disso, há doenças de pele que imitam reações a insetos, como urticária ou dermatite de contacto. E há alergias a picadas que se tornam um risco real.
Só porque não vês… não quer dizer que não esteja lá
A pior parte é esta: a maioria destes bichos ataca de madrugada e desaparece antes do nascer do sol. Ou seja, andas a dormir com inimigos invisíveis. Mas com atenção aos sinais e alguns cuidados simples (lavar, aspirar, inspecionar colchões e usar capas protetoras), podes resolver a situação antes que se torne insuportável.
Fica atento(a). O teu corpo fala… mesmo que os bichos não se deixem ver.
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