O tempo passa mesmo mais devagar no rés-do-chão do que no 10.º andar

Se te disserem que o tempo passa mais devagar no rés-do-chão do teu prédio do que no 10.º andar, vais achar que é uma piada. Mas não é. É física pura. Mais precisamente, relatividade de Einstein aplicada à vida real. E, sim há medições que provam que os relógios nos pisos mais baixos andam mais devagar do que os dos andares de cima.
Estamos a falar de microssegundos… mas o suficiente para abalar a ideia de que o tempo é igual para todos.

O tempo não é o mesmo em todo o lado

Desde Einstein, sabemos que tempo e gravidade estão ligados. Quanto mais forte for a gravidade, mais o tempo “abranda”. Isto significa que quanto mais perto estás do centro da Terra, mais devagar o teu relógio avança.

A diferença é minúscula, claro mas mensurável.

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Experiências feitas com relógios atómicos ultraprecisos mostraram que, entre dois aparelhos colocados a apenas 30 centímetros de diferença em altura, o de cima adiantou-se ligeiramente em relação ao de baixo. Trinta centímetros! Agora imagina entre o rés-do-chão e o topo de um arranha-céus.

O que isto significa (sem equações)

Pensa assim: A gravidade está constantemente a puxar-te para baixo. No rés-do-chão, a força é ligeiramente maior do que no 10.º andar. Essa diferença ínfima, mas real altera a forma como o espaço e o tempo se curvam à tua volta.

O resultado?

O teu corpo e o teu relógio no rés-do-chão “sentem” o tempo passar um bocadinho mais devagar. Ninguém nota, claro. Mas se ficasses lá mil anos, o teu relógio marcaria menos tempo do que o de alguém que viveu sempre lá em cima.

As experiências que confirmam o impossível

Em 2010, investigadores do National Institute of Standards and Technology (NIST), nos Estados Unidos, usaram dois relógios atómicos separados por 33 centímetros. Depois de algumas horas, o relógio mais alto estava 24 biliardésimos de segundo adiantado em relação ao mais baixo.

Ridiculamente pequeno? Sim. Mas é uma diferença real, medida e repetida em vários laboratórios do mundo. O tempo, afinal, não é universal depende de onde estás.

Este fenómeno acontece também à escala global. O tempo corre ligeiramente mais depressa nas montanhas do que ao nível do mar. E mais devagar no centro da Terra do que na superfície.

O tempo passa mais devagar: mas o que muda no nosso dia a dia?

Nada que possas notar mas muda tudo na forma como percebemos o universo. O tempo deixou de ser uma linha reta igual para todos. É elástico, relativo, moldado pela gravidade e pela velocidade.

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Ana Oliveira
Ana Oliveirahttp://leak
Descobriu a paixão pela tecnologia entre aulas de engenharia e fóruns de gadgets, onde passava horas a debater especificações e novidades. Gosta de explicar tecnologia de forma simples, direta e prática como se estivesse a falar com amigos. É fascinada por tudo o que envolva inovação, privacidade digital e o futuro dos smartphones. Quando não está a escrever, está a testar apps, a trocar de launcher ou a explorar menus escondidos no Android.

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