Dormir com papel de alumínio debaixo da cama? Fiz o teste!

Não sei o que me passou pela cabeça naquela noite. Talvez fosse o algoritmo do TikTok a fazer das suas ou apenas curiosidade mórbida. Vi um vídeo de uma senhora a dizer que colocava papel de alumínio debaixo da cama para “afastar energias negativas” e… decidi experimentar. Sim, eu, uma pessoa aparentemente racional, a pôr papel de cozinha debaixo do colchão. O mais estranho? Não foi o barulho metálico quando me virei durante a noite. Foi o que aconteceu nos dias seguintes.

O sono ficou diferente… e o ambiente também

Na primeira noite, dormi como uma pedra. Acordei menos vezes, e no dia seguinte senti uma leveza estranha, quase como se tivesse dormido noutro sítio. Mas não foi só isso.

O meu gato, que costuma dormir aos meus pés, recusou-se a entrar no quarto nessa noite. Ficou à porta a olhar fixamente para o interior como se visse algo que eu não via. Coincidência? Talvez. Mas os arrepios que senti nos dias seguintes fizeram-me pensar duas vezes.

Mas… afinal o que diz a ciência sobre isto?

Vamos aos factos. O papel de alumínio é excelente a refletir ondas eletromagnéticas. Há quem acredite que, ao colocá-lo debaixo da cama, cria-se uma espécie de “escudo” contra radiações emitidas por dispositivos como routers Wi-Fi, smartphones ou mesmo torres de telecomunicações próximas.

Embora não haja provas científicas sólidas de que isso melhore diretamente o sono, há estudos que indicam que a exposição prolongada à luz azul e a campos eletromagnéticos pode afetar o ritmo circadiano e a qualidade do descanso. E há quem diga que o papel de alumínio ajuda a minimizar isso.

Também existe a vertente mais esotérica: segundo teorias do feng shui e outras práticas alternativas, o alumínio pode “bloquear energias densas” que se acumulam durante o dia. Há quem o use debaixo da cama, no sapato ou até dentro da carteira.

O susto veio no terceiro dia

Na terceira noite, acordei sobressaltado com um barulho seco no chão do quarto. Uma das folhas de alumínio tinha escorregado e fez um ruído estranho mas parecia que alguém tinha pisado algo. Coração aos saltos, luz acesa, nada à vista.

No dia seguinte tirei tudo. O gato voltou. E o sono… voltou ao normal.

Afinal, resulta ou não?

A verdade é que não há consenso. Pode ser placebo, pode ser um efeito real. Mas uma coisa é certa: o simples ato de mexermos no ambiente onde dormimos já nos obriga a prestar atenção à qualidade do nosso sono. E isso, por si só, já é positivo.

Se quiseres experimentar, fá-lo com moderação:

• Usa apenas duas folhas de alumínio, uma de cada lado da cama.
• Não tapes entradas de ar ou condutas elétricas.

E se algo parecer errado… tira logo.

No fim, talvez o mais assustador não seja o alumínio, mas a quantidade de coisas que aceitamos sem pensar só porque alguém disse na Internet.