O pão é um dos alimentos mais consumidos em Portugal. Está presente no pequeno-almoço, nos lanches e até a acompanhar o almoço e o jantar. Muitos consumidores, preocupados com a saúde, optam por variedades que parecem mais saudáveis: integrais, escuros ou com sementes. Mas a verdade é que nem todo o pão que parece saudável é realmente amigo do organismo. Alguns tipos de pão podem, na realidade, aumentar os níveis de açúcar no sangue quase tanto quanto o pão branco tradicional.
Porque o pão é tão crítico na alimentação
O pão é uma fonte de hidratos de carbono. Quando ingeridos, são transformados em glicose, que fornece energia ao corpo. O problema está na velocidade dessa absorção:
- Hidratos de carbono simples: aumentam rapidamente o açúcar no sangue.
- Hidratos de carbono complexos: libertam energia de forma lenta e controlada.
É por isso que escolher o pão certo pode fazer toda a diferença na saúde metabólica.
O pão “escuro” que engana
Muitos pães vendidos como “integrais” ou “escuros” não são realmente integrais. Muitas vezes, são apenas pães brancos com corantes ou adição de malte, para dar um aspeto mais saudável.
O resultado? Apesar da cor escura, o índice glicémico continua alto ou seja, o açúcar no sangue sobe rapidamente após o consumo.
O impacto no organismo
Consumir regularmente pão de elevado índice glicémico pode:
- Aumentar o risco de diabetes tipo 2.
- Provocar picos de energia seguidos de quebras bruscas, levando a mais fome.
- Favorecer o ganho de peso devido ao excesso de calorias ingeridas.
- Agravar problemas de resistência à insulina em pessoas predispostas.
Exemplos de pães “enganadores”
Pão de forma escuro. Muitas versões levam açúcar adicionado e farinha refinada, com pouco ou nenhum cereal integral.
Pão com sementes. As sementes ficam na crosta, mas a massa é feita de farinha branca.
Pão de centeio falso. A cor vem do malte ou caramelo, não da farinha de centeio integral.
Pão de mistura. Pode ter apenas 10 a 20% de farinha integral, mas é vendido como opção mais saudável.
Como escolher o pão realmente saudável
Lê os rótulos. O primeiro ingrediente deve ser “farinha de trigo integral” ou “centeio integral”, não “farinha de trigo” apenas.
Prefere fermentação lenta (massa mãe). Além de ser mais fácil de digerir, reduz o índice glicémico.
Evita pães embalados com muitos aditivos. Açúcares, xaropes e conservantes só aumentam o impacto negativo.
Opta por padarias artesanais
Muitas usam receitas tradicionais com farinhas menos refinadas.
O que dizem os especialistas
Nutricionistas alertam que o aspeto do pão não é garantia de qualidade.
Um pão integral verdadeiro deve ser denso, pesado e com sabor mais intenso.
Se o pão for leve, fofo e de cor escura uniforme, é provável que seja feito de farinhas refinadas com corantes.
O impacto em quem já tem problemas de saúde
Para diabéticos ou pessoas com pré-diabetes, este tipo de pão “enganador” é particularmente perigoso, porque gera picos de glicose difíceis de controlar.
Entretanto mesmo em pessoas saudáveis, o consumo regular pode contribuir para resistência à insulina e aumento de peso.
Nem sempre o pão escuro é sinónimo de saúde. Muitas opções vendidas como integrais ou de sementes não passam de versões refinadas com corantes e aditivos.
Regra prática: confia menos na cor e mais na lista de ingredientes.
O pão certo pode ser parte de uma alimentação equilibrada, mas o pão errado pode estar a aumentar o açúcar no teu sangue sem que percebas.
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