Quinta-feira, Outubro 2, 2025

Os fãs de ROMs Android podem ter a vida complicada

Durante muitos e longos anos, o ecossistema Android era valorizado porque era mais aberto, ou seja, permitia fazer muito mais! A Google dava tudo: código aberto, drivers, árvores de dispositivos e kernel com histórico completo. Era quase como se dissesse: “Anda, mexe nisto à vontade”. Mas isso acabou, ou está a mudar de uma forma inesperada para muitos.

Sim, a Google afirma que o AOSP (Android Open Source Project) não vai morrer. Por isso, até lançou o código-fonte do Android 16, como prometido. Mas o problema está nos detalhes. Ou melhor, nas omissões.

Os fãs de ROMs Android podem ter a vida complicada

Nada de árvores de dispositivos. Nada de binários. Falta muita coisa!

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Na prática, a Google retirou os recursos que tornavam o Pixel o ponto de partida ideal para quem queria desenvolver ROMs personalizadas. Isto porque deixou de incluir as chamadas device trees e os binários correspondentes. Pior ainda, o kernel agora aparece todo comprimido num único commit, o que torna impossível seguir o rasto de atualizações e melhorias. Para a comunidade de developers, isto é um autêntico murro no estômago.

A desculpa oficial? A Google quer deixar de usar os Pixel como referência para o Android aberto. Em vez disso, vai apostar num dispositivo virtual chamado “Cuttlefish”, que corre em PCs e é mais “neutro”.

A ideia até é interessante, porque tentar tornar o AOSP menos dependente de hardware físico, sobretudo da própria Google.

Mas na prática, quem quiser fazer uma ROM para o Pixel 9, por exemplo, vai ter de andar a adivinhar o que mudou, com base nos binários antigos do Android 15. É como tentar montar um puzzle sem imagem de referência e com peças trocadas.

Está o AOSP a morrer?

A Google diz que não. Mas as ações contam mais do que as palavras. E se cada vez dá menos ferramentas à comunidade, o que está realmente a acontecer é que está a fechar a porta na cara de quem ajudou a manter o Android vivo e alternativo.

Para o utilizador comum, isto pode parecer irrelevante. Porque de facto é. Os consumidores têm assistido a fabricantes a fechar o ecossistema, e ninguém levantou o dedo para falar. Por isso, é fácil perceber que o consumidor casual não quer saber disto para nada.

Mas para quem valoriza o controlo total sobre o seu smartphone, é mais um sinal de que a era dourada do Android livre e personalizável está em risco.

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Nuno Miguel Oliveira
Nuno Miguel Oliveirahttps://www.facebook.com/theGeekDomz/
Desde muito novo que me interessei por computadores e tecnologia no geral, fui sempre aquele membro da família que servia como técnico ou reparador de tudo e alguma coisa (de borla). Agora tenho acesso a tudo o que é novo e incrível neste mundo 'tech'. Valeu a pena!

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