As burlas em multibancos não são novidade, mas continuam a surpreender pela simplicidade e eficácia. Em pleno 2025, ainda existem pessoas a ser enganadas com esquemas antigos, que dispensam tecnologia sofisticada ou dispositivos de clonagem. O segredo destes métodos está na manipulação psicológica e na exploração da boa-fé e distração das vítimas. Entre os mais comuns, destacam-se duas modalidades: o truque da nota trocada e o pedido de ajuda.
O que é o truque da nota trocada?
A chamada burla da “nota trocada” parece um gesto inocente, mas é uma técnica de manipulação. O cenário repete-se em diferentes cidades: alguém aproxima-se de uma vítima após uma operação no multibanco, mostra uma nota de valor elevado e pede para trocar por notas mais pequenas.
É nesse momento que o burlão ou o cúmplice aproveitam a distração. Enquanto a vítima abre a carteira ou conta o dinheiro, um observa atentamente o código do cartão e o outro pode tentar roubar a carteira ou a própria nota recém-levantada.
O que torna este golpe eficaz é o contexto: a vítima sente-se pressionada pela fila atrás, não quer parecer mal-educada e acaba por ceder a um pedido que parece inofensivo.
O pedido de ajuda no multibanco
Outra burla muito comum, sobretudo entre idosos, é o chamado “pedido de ajuda”. Aqui, o burlão apresenta-se como alguém atrapalhado que não consegue realizar uma operação, seja levantar dinheiro ou pagar uma conta.
A vítima, com boa intenção, aceita ajudar. Durante esse processo, o criminoso memoriza o código secreto ou troca rapidamente o cartão verdadeiro por um cartão falso, deixando a pessoa sem perceber de imediato o que aconteceu. Muitas vítimas só descobrem quando tentam usar o cartão e percebem que a conta foi esvaziada.
Este esquema resulta porque apela à empatia e à vontade de ajudar. A situação parece urgente e a vítima sente-se quase obrigada a colaborar.
Porque é que estas burlas ainda funcionam?
Apesar de simples, estas burlas continuam a ser eficazes por três razões principais:
- O ambiente de pressa nos multibancos, onde as pessoas querem terminar rápido.
- O constrangimento social em dizer “não” a alguém que pede ajuda.
- A distração que abre espaço para observação do código ou troca de cartões.
Não é a tecnologia que dá vantagem aos criminosos, mas sim a exploração de fragilidades humanas.
Como evitar ser vítima
A prevenção é relativamente simples e baseia-se no bom senso. Nunca troques dinheiro junto a um multibanco e não aceites ajudar estranhos a mexer na máquina. Mantém sempre distância de quem se aproxima e cobre o teclado ao digitar o código.
Também é fundamental confirmar, no final da operação, se o cartão devolvido é realmente o teu. Pequenos detalhes podem fazer toda a diferença.
O que fazer se fores enganado
Se perceberes que foste vítima de uma destas burlas, deves agir rapidamente. Contacta de imediato o banco para bloquear o cartão e liga à polícia para registar a ocorrência. Guardar o talão e anotar a hora e local pode ser útil na investigação.
Quanto mais cedo denunciares, maior a probabilidade de reduzir os danos e evitar que outros caiam no mesmo truque.
Conclusão
O truque da nota trocada e o pedido de ajuda no multibanco mostram que nem sempre são necessárias ferramentas digitais para cometer crimes. Muitas vezes, basta explorar a confiança e a distração das pessoas.
Estar atento, recusar pedidos estranhos e manter a concentração durante a operação são passos essenciais para evitar perdas. Num multibanco, dizer “não” nunca é falta de educação é simplesmente a melhor forma de proteção.
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