O streaming prometia ser a grande revolução do entretenimento. Aliás, durante alguns anos, foi mesmo uma gigante revolução. Tinha um preço acessível, todo o conteúdo num só lugar e a liberdade de ver o que queríamos, quando queríamos, e também onde queríamos.
Hoje em dia, a realidade é bem diferente! Conteúdos espalhados por dezenas de plataformas, mensalidades que somadas ultrapassam facilmente a fatura da velhinha TV por cabo, anúncios em serviços pagos e temporadas que demoram anos a chegar. Aliás, temporadas que quando finalmente chegam, não vêm completas.
É isto que nós queremos? Porque enquanto houver pessoas a pagar, o serviço vai continuar este caminho de piorar a cada ano que passa.
O streaming está mesmo pela hora da morte!?
Portanto, além dos cancelamentos de séries populares, tivemos também a moda de dividir temporadas em duas partes, de forma a obrigar os subscritores a esperar (leia-se pagar) mais meses. Agora, no caso de Gen V (temporada 2), o pacote fica ainda mais pesado: além da espera entre temporadas, vamos ter o lançamento de apenas 3 episódios, o resto vai ser lançado ao longo de várias semanas. Sim, vamos ter de engolir episódios semanais.
Na verdade, Gen V não é a primeira série a optar por lançamentos semanais. A Disney+ fez isso em várias séries. Mas… Além de tudo isto ser praticamente um regresso ao passado, quando o espectador tinha de se sentar religiosamente à frente da televisão a determinada hora, e a pagar pelo privilégio, a realidade é que a razão é muito óbvia… É manter as pessoas subscritas durante mais tempo.
A questão é simples: ainda vale a pena pagar uma subscrição quando já nem existe a experiência de binge-watching que tornou o streaming tão popular? Talvez estejamos mesmo a assistir à morte lenta do modelo que prometeu mudar tudo, mas que acabou por repetir os mesmos erros da televisão tradicional, só que com uma fatura ainda mais pesada.