Se conduzes regularmente em autoestradas ou vias rápidas, provavelmente já reparaste em estruturas instaladas nos separadores centrais. À primeira vista parecem meros elementos estéticos, mas na verdade são dispositivos de segurança rodoviária fundamentais: os chamados escudos anti-encandeamento.

O perigo invisível: o encandeamento na estrada

O encandeamento é um dos maiores inimigos da condução segura.

Durante o dia, o sol pode bater diretamente no olhar do condutor, sobretudo ao nascer ou pôr do sol. À noite, os faróis dos carros que vêm em sentido contrário podem cegar temporariamente, distorcendo a visão e aumentando o tempo de reação. Entretanto em estradas de duas faixas, curvas e pontes, o risco é ainda maior, porque a intensidade da luz pode deixar metade da via às escuras e a outra metade inundada de brilho.

Este fenómeno, muitas vezes visto apenas como incómodo, está na origem de inúmeros acidentes.

A função dos escudos anti-encandeamento

Para reduzir este risco, foram criados os escudos anti-encandeamento, instalados em zonas mais críticas das estradas. Logo à partida protegem os condutores da luz direta do sol e dos faróis. Para além disso ajudam a manter a orientação da faixa de rodagem. Também diminuem distrações e contribuem para reduzir acidentes. Em alguns casos, funcionam também como barreiras acústicas, atenuando o ruído do trânsito.

Estes dispositivos são comuns em autoestradas, vias de grande tráfego, troços com curvas apertadas, pontes e locais onde os níveis de luz variam muito.

Como são feitos e instalados

Os escudos anti-encandeamento podem-se produzir em plástico, metal ou outros materiais resistentes a UV e intempéries.

São concebidos para serem visíveis, aerodinâmicos e capazes de suportar anos de exposição.

Normalmente são fixados em barreiras centrais, rails de segurança ou muros divisores, através de placas de base e parafusos.

Existem diferentes tipos:

Paddle-type (modulares): painéis individuais dispostos em série.

Barreiras contínuas: estruturas longas de metal perfurado.

Cercas anti-encandeamento: semelhantes às barreiras contínuas, mas que também reforçam a proteção física.

Vegetação natural: em alguns locais, árvores e arbustos são usados como barreira verde contra o encandeamento.

Nem sempre verdes: as diferentes cores possíveis

Embora a maioria das pessoas associe estes escudos à cor verde, não é a única opção. Dependendo do material, da estrada e do fornecedor, podem ter outras tonalidades:

Verde: os mais comuns, porque se integram facilmente na paisagem.

Cinzento ou metálico: em modelos feitos de chapa perfurada.

Preto: usados em conjunto com barreiras acústicas para reduzir reflexos.

Outras cores escuras: escolhidas para aumentar a durabilidade contra a luz solar e desgaste.

Ou seja, se já reparaste em placas de cores diferentes nas estradas, não é por acaso tratam-se do mesmo dispositivo, adaptado ao contexto da via. Por exemplo na autoestradas do Atlântico em alguns casos são azuis e amarelas.

Mais segurança para condutores e peões

A presença destes dispositivos aumenta consideravelmente a segurança rodoviária. Para além de proteger os condutores, também beneficia peões em zonas próximas de estradas movimentadas, pois reduz a distração e ajuda a manter o fluxo de tráfego estável.

Hoje, a segurança rodoviária vai ainda mais longe: além de medidas físicas como os escudos anti-encandeamento, utiliza-se cada vez mais tecnologia digital e análise de dados para melhorar a forma como conduzimos e como os carros reagem a imprevistos.

Da próxima vez que passares por uma autoestrada e reparares naquelas placas instaladas nos separadores, lembra-te: não estão ali por acaso. São escudos anti-encandeamento, pequenos mas essenciais para tornar a condução mais segura, reduzindo riscos que muitas vezes nem percecionamos.