Afinal, o que é uma burka? E porque é que tanta gente ainda confunde tudo?

Nos últimos meses, muito se tem falado sobre o uso do véu islâmico. Uns dizem que foi proibido, outros acham que é tudo “burka”, e há até quem pense que todas as mulheres muçulmanas usam o mesmo tipo de vestimenta. Mas será mesmo assim? Spoiler: não é nada disso. Afinal o que é uma burka?

Portugal não proibiu “lenços na cabeça” e, na verdade, a burka é apenas uma das muitas formas de cobrir o corpo dentro da tradição islâmica. Só que é também a mais extrema e a mais facilmente reconhecida… o que ajuda a confusão a crescer.

Three Middle Eastern women wearing niqab on city street

Vamos começar pelo início: o que é afinal uma burka?

A burka (ou burqa) é aquela peça que cobre o corpo inteiro da mulher, incluindo o rosto, deixando apenas uma pequena grelha de tecido à altura dos olhos para permitir ver.
É usada sobretudo em regiões do Afeganistão e Paquistão, por motivos culturais e religiosos muito específicos. Em alguns países europeus, o seu uso foi limitado ou proibido em espaços públicos, não por razões religiosas, mas por questões de segurança e identificação, tal como acontece com capacetes ou máscaras integrais.

Mas isso não tem nada a ver com o hijab, o lenço simples que muitas mulheres muçulmanas usam apenas para cobrir o cabelo e o pescoço.

Hijab, niqab, chador, burka: tudo igual? Nem pensar!

O problema é que no Ocidente se meteu tudo no mesmo saco. Mas são coisas completamente diferentes:

Hijab: é o lenço tradicional que cobre apenas cabelo e pescoço. O rosto fica totalmente visível.

Chador: é uma capa grande que cobre quase todo o corpo, mas sem tapar o rosto.

Niqab: cobre o rosto e deixa só os olhos à mostra.

Burka: cobre tudo, dos pés à cabeça até os olhos ficam por detrás de uma rede.

Ou seja, nem todas as mulheres muçulmanas que usam véu estão “tapadas”. O hijab, por exemplo, é usado em contexto de fé, cultura ou até moda e não tem nada de proibido ou perigoso.

O verdadeiro problema: falta de informação

A maioria das pessoas que comenta o tema nunca parou para perceber o que cada peça representa. A burka tornou-se um símbolo mediático, muitas vezes usado em debates políticos, e acabou por “engolir” o hijab, o niqab e o chador numa só palavra.
O resultado? Um mar de desinformação, preconceito e ideias trocadas.

No fim de contas… a burka é uma peça rara, usada em contextos muito específicos e longe da realidade portuguesa. O hijab, por outro lado, é cada vez mais comum e faz parte da identidade de milhões de mulheres que vivem, estudam e trabalham no nosso país. Antes de julgar, vale a pena saber o que cada uma destas peças significa. Porque nem tudo o que cobre é burka. E nem tudo o que é diferente deve causar medo.

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Ana Oliveira
Ana Oliveirahttp://leak
Descobriu a paixão pela tecnologia entre aulas de engenharia e fóruns de gadgets, onde passava horas a debater especificações e novidades. Gosta de explicar tecnologia de forma simples, direta e prática como se estivesse a falar com amigos. É fascinada por tudo o que envolva inovação, privacidade digital e o futuro dos smartphones. Quando não está a escrever, está a testar apps, a trocar de launcher ou a explorar menus escondidos no Android.

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