Imagina isto: vais na estrada, distraído, um pouco acima do limite de velocidade. Olhas para o lado, procuras a típica cabine amarela do radar… mas não vês nada. Relaxas. Só que, sem dares por isso, o “radar” já te apanhou. E não estava num poste, nem numa câmara escondida: estava mesmo no asfalto onde passaste. Parece ficção científica, mas não é. Em vários países, já se está a testar um sistema que pode transformar o próprio piso da estrada num fiscal de velocidade invisível. A ideia é simples: se o chão sente o peso e a vibração do teu carro, também pode calcular a tua velocidade e até muito mais do que isso. Então o que significa o fim dos radares?
Como funciona o “asfalto espião”?
Sensores no piso
Pequenos dispositivos magnéticos ou piezoelétricos são colocados dentro do alcatrão. Cada vez que um carro passa, eles registam a pressão e a vibração.
Cálculo da velocidade
Se tiveres dois pontos com sensores, basta medir o tempo entre a tua passagem no primeiro e no segundo. Resultado? Velocidade exata.
Câmaras discretas
Em alguns sistemas, quando os sensores confirmam excesso de velocidade, acionam uma câmara próxima muitas vezes tão pequena e discreta que o condutor nem sonha que está a ser filmado.
Dados em tempo real
E não serve só para multar. Estes pisos inteligentes conseguem enviar informações de tráfego, contar veículos, medir fluxos, perceber onde há congestionamentos ou até identificar camiões que circulam com excesso de peso.
Vantagens face aos radares que conheces
Invisível: não há aquela travagem brusca só porque viste o radar.
Indestrutível: como está no chão, não há cabines para vandalizar.
Mais justo: mede velocidades médias em troços, e não só num ponto isolado.
Versátil: além da velocidade, recolhe dados valiosos para quem gere a estrada.
Mas há também problemas
Claro que não é só maravilhas.
Logo à partida destaca-se o preço elevado. Assim instalar sensores em todo o piso custa muito mais do que montar meia dúzia de cabines. Outra questão é a manutenção complicada: se a estrada precisa de obras, os sensores podem ser danificados. Existem também as questões legais. Em muitos países, só os radares homologados e visíveis podem gerar multas. Por fim, temos a questão da privacidade. A ideia de câmaras e sensores “invisíveis” levanta debates sobre vigilância.
Vale a pena substituir os radares?
A resposta curta? Ainda não.
A resposta longa? Vai valer a pena no futuro.
A curto prazo, estes pisos inteligentes são mais úteis para estudos de tráfego e segurança rodoviária. Mas com o tempo, podem mesmo substituir radares e até melhorar a forma como gerimos estradas, acidentes e fluxos de carros. No limite, pode acontecer que um dia já não precisemos daqueles radares enormes à beira da estrada. Tudo porque o chão onde pisamos será o verdadeiro fiscal.
🔥 Este artigo foi útil?
Sê o primeiro a votar 🙂
Precisamos dos nossos leitores. Segue a Leak no Google Notícias e no MSN Portugal. Temos uma nova comunidade no WhatsApp à tua espera. Podes também receber as notícias do teu e-mail. Carrega aqui para te registares É grátis!



