O verão é sinónimo de mergulhos refrescantes, brincadeiras na água e tardes inteiras passadas na piscina. Mas, por mais inofensiva que a água cristalina possa parecer, há sinais que nunca devem ser ignorados. Um deles é o aparecimento de uma espécie de “nuvem” na piscina ou mancha turva a flutuar na água.
Se já reparaste numa zona esbranquiçada, leitosa ou com partículas suspensas, não penses duas vezes: sai da água imediatamente e alerta quem estiver responsável pela manutenção da piscina.
Pode parecer exagero, mas este fenómeno pode indicar um problema grave de contaminação da água, capaz de provocar desde irritações na pele e nos olhos até infeções mais sérias.
O que é afinal esta nuvem na piscina?
Em muitos casos, esta mancha turva resulta de uma alteração no equilíbrio químico da água, nomeadamente na quantidade de cloro e no pH. Quando estes parâmetros estão desregulados, microrganismos como bactérias e fungos encontram o ambiente perfeito para se multiplicarem rapidamente.
O aspeto esbranquiçado ou turvo pode ser formado por colónias microscópicas de bactérias, partículas de sujidade acumuladas ou até algas em fase inicial de crescimento.
E o mais preocupante? Muitas destas bactérias não são visíveis a olho nu. Assim a “nuvem” é apenas a ponta do iceberg.
Por que pode ser perigoso?
A presença desta “nuvem” significa que a água provavelmente não está devidamente desinfetada. Ao mergulhar numa piscina contaminada, corres o risco de:
- Irritações cutâneas: manchas vermelhas, coceira e descamação da pele.
- Conjuntivites: inflamação nos olhos causada por bactérias ou produtos químicos mal dosados.
- Problemas respiratórios: inalação de vapores químicos mal controlados ou microgotículas contaminadas.
- Infeções gastrointestinais: caso a água contaminada seja acidentalmente engolida.
Em casos mais graves, piscinas com manutenção deficiente podem até conter bactérias como a Pseudomonas aeruginosa, associada a infeções de pele e ouvidos, ou Cryptosporidium, um parasita resistente ao cloro que causa diarreia intensa.
O que fazer se vires este sinal?
Sai imediatamente da piscina e evita contacto com a água até que o problema se resolva. Entretanto informa o responsável (gestor do espaço, salva-vidas ou proprietário). Por outro lado evita tomar banho de imediato no mesmo dia mesmo que a piscina se trate. O processo de desinfeção demora. Toma um duche completo com sabonete para remover resíduos químicos e biológicos.
Como prevenir que isto aconteça?
Para quem tem piscina em casa ou gere uma piscina pública, a manutenção é fundamental:
- Monitorizar o pH e o cloro diariamente.
- Fazer limpeza e aspiração regulares para evitar acumulação de matéria orgânica.
- Filtros sempre limpos e em bom funcionamento.
- Aplicar tratamentos de choque quando necessário, especialmente após dias de uso intenso ou ondas de calor.
Uma piscina pode parecer segura, mas pequenos sinais visuais como esta “nuvem” podem ser o aviso de que algo não está bem. A segurança deve vir sempre antes do lazer. Se vires este fenómeno, não ignores. Pode ser o que te salva de uma infeção ou de uma intoxicação nada agradável.