As estatísticas mais recentes e os alertas das autoridades mostram uma tendência preocupante: os assaltos de rua estão a mudar de forma e a tornar-se mais rápidos, discretos e eficazes. A boa notícia é que conhecer o método ajuda a preveni-lo. A má notícia é que, sem esta informação, qualquer um pode tornar-se alvo muitas vezes sem sequer perceber o que aconteceu até ser tarde demais. Mas qual a nova técnica de assaltos?
Nova técnica de assaltos: uma tendência que está a explodir nas cidades
Nos últimos meses, várias forças policiais e câmaras municipais têm alertado para um aumento significativo de assaltos “relâmpago” em zonas urbanas. Estes não se parecem com os assaltos que a maioria imagina: não há ameaças verbais longas, armas à vista ou perseguições dramáticas. São ataques calculados para durar menos de 10 segundos, tirando partido da distração da vítima e da rapidez de fuga dos assaltantes.
As causas para este aumento passam por:
- Maior número de pessoas distraídas com o telemóvel ou com fones, especialmente em grandes cidades.
- Facilidade de fuga usando motas, scooters ou trotinetes elétricas.
- Baixa perceção de risco: muitos acreditam que, em plena luz do dia e em ruas movimentadas, nada lhes vai acontecer.
Como funcionam estes novos assaltos
Embora existam variações, as técnicas mais usadas seguem padrões claros:
1. Roubo em movimento
Um dos métodos mais frequentes é o “arrastão individual” feito por motociclistas.
Dois assaltantes circulam devagar junto ao passeio; o passageiro observa potenciais vítimas, e quando encontra alguém distraído com o telemóvel, bolsa ou mochila mal presa, agarra e puxa com força, enquanto o condutor acelera e foge.
2. Distração coordenada
Aqui, pelo menos dois cúmplices trabalham em conjunto. Um aproxima-se para “ajudar” ou “pedir ajuda” por exemplo, perguntando uma direção, avisando que a vítima deixou cair algo ou fingindo que há um problema na roupa. Enquanto a atenção está focada, o outro cúmplice retira a carteira ou o telemóvel.
3. Bloqueio físico
Menos subtil, mas ainda rápido: dois ou mais indivíduos bloqueiam a passagem, fingindo um acidente ou simplesmente criando um “corredor” estreito. Enquanto a vítima tenta passar, um cúmplice retira os bens.
Como identificar sinais de risco
Estar atento a pequenos detalhes pode ser a diferença entre escapar ou ser vítima:
- Pessoas que se aproximam demasiado sem razão aparente.
- Motas ou scooters a circular muito lentamente junto ao passeio.
- Estranhos que insistem em conversar ou interagir em locais pouco movimentados.
- Tentativas de tocar ou segurar nos teus pertences durante a conversa.
Como reduzir as hipóteses de ser alvo
Não existe forma infalível de evitar assaltos, mas algumas medidas dificultam muito a vida aos criminosos:
Manter objetos de valor discretos
Telefone no bolso ou mochila fechada, carteira na parte frontal do corpo e joias ou relógios caros longe de locais de risco.
Evitar distrações
Usar fones em volume baixo ou não olhar constantemente para o telemóvel enquanto caminhas. O simples facto de parecer atento já desmotiva muitos assaltantes.
Escolher percursos seguros
Dar prioridade a ruas iluminadas e com movimento, mesmo que o caminho seja ligeiramente mais longo.
Segurar bem os pertences
Mochilas com fechos para a frente, malas com alça cruzada sobre o corpo e telemóveis seguros na mão ou guardados.
Confiar na intuição
Se algo ou alguém te parecer suspeito, muda de direção ou entra num local público.
O que fazer se fores alvo da nova técnica de assaltos
Não resistas: a prioridade é a segurança física; os bens são substituíveis.
Observa detalhes: cor da roupa, capacete, matrícula, direção de fuga.
Procura ajuda imediata: entra numa loja, fala com outras pessoas e liga para o 112.
Participa queixa: mesmo que aches que “não vai dar em nada”, cada denúncia ajuda a mapear e prevenir novos ataques.
O papel das redes sociais
Um fator curioso é que muitas destas ocorrências só chegam ao público porque circulam vídeos de câmaras de segurança ou telemóveis de transeuntes. As redes sociais têm um papel duplo:
Positivo: alertam para a técnica usada, ajudando a prevenir.
Negativo: podem criar sensação de impunidade quando os vídeos mostram os assaltos mas não o desfecho, dando a impressão de que os criminosos nunca são apanhados.
Porque é essencial falar sobre isto
Ignorar estas novas formas de assalto só aumenta o risco. As cidades mudam, a criminalidade adapta-se e, tal como os assaltantes procuram métodos mais rápidos e discretos, também os cidadãos precisam de adaptar hábitos e estar informados.
O objetivo não é viver com medo, mas sim estar um passo à frente: reconhecer padrões, evitar armadilhas e saber reagir de forma segura.
A nova vaga de assaltos rápidos é mais difícil de prever e mais fácil de executar para os criminosos. A única forma de reduzir o risco é manter a atenção, adotar medidas preventivas e partilhar esta informação com familiares e amigos. Quanto mais pessoas souberem como funcionam estas técnicas, menor será a margem de sucesso para quem vive de atacar os outros.
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