Roubar telemóveis em cafés e restaurantes não é novidade. O que mudou foi a forma como os criminosos atuam: já não recorrem a furtos apressados nem a distrações óbvias. O golpe mais recente é tão subtil que até pessoas atentas acabam por ser enganadas. Em poucos segundos, um telemóvel desaparece da mesa sem barulho, sem confronto e sem que a vítima perceba o que aconteceu. Este método tem sido registado em várias cidades europeias, mas pode acontecer em qualquer parte do mundo. E o mais assustador é que aproveita um hábito banal que quase todos temos: deixar o telemóvel em cima da mesa enquanto tomamos café. Mas no que consiste a nova forma de roubar telemóveis.
Como funciona o truque do telemóvel
O esquema é engenhoso e, ao mesmo tempo, incrivelmente simples. O assaltante entra no café com a postura de um cliente normal. Pode ter um ar apressado, distraído ou até simpático. Em vez de procurar carteiras ou sacos, leva consigo um objeto aparentemente inofensivo: um jornal dobrado, uma folha de papel, um panfleto publicitário ou até um falso menu.
Depois, aproxima-se da mesa da vítima. Coloca o objeto em cima, fingindo mostrar algo, pedir uma assinatura ou até “esquecer-se” ali por distração. Se o telemóvel estiver pousado, o gesto é rápido: o aparelho desliza para baixo do papel. Quando o assaltante o levanta, o telemóvel vai junto.
O movimento demora menos de dez segundos. Para quem está distraído, parece apenas mais uma interação casual num espaço público.
Porque resulta tão bem
Este método é eficaz porque explora três fragilidades humanas: confiança, rotina e distração.
Em cafés ou restaurantes, baixamos a guarda. Sentimo-nos em espaços seguros, muitas vezes rodeados de pessoas conhecidas ou funcionários de confiança. Colocar o telemóvel na mesa parece natural, especialmente se o usamos para ler notícias, trabalhar ou simplesmente estar ligado às redes sociais.
Os criminosos sabem disto e aproveitam. Um simples jornal ou panfleto não levanta suspeitas. O gesto de o pousar sobre a mesa é tão comum que ninguém estranha. Além disso, muitas vezes trabalham em pares: enquanto um executa o roubo, o outro observa ou cria uma distração noutra parte do espaço.
Onde acontece com mais frequência
- Este tipo de furto é mais comum em locais movimentados:
- Cafés de centros urbanos onde há muita rotatividade de clientes.
- Restaurantes em zonas turísticas, onde os visitantes estão mais relaxados.
- Praças de alimentação em centros comerciais, onde o movimento é constante.
Mas a verdade é que pode acontecer em qualquer lado. O que os assaltantes procuram são mesas pequenas, proximidade entre clientes e pessoas com o hábito de deixar o telemóvel visível.
Porque o roubo do telemóvel é mais grave do que parece
Perder o telemóvel não é apenas perder um objeto caro. Hoje, os smartphones são autênticos cofres digitais. Dentro deles estão:
- Fotografias e vídeos pessoais.
- Conversas privadas.
- Dados de login em redes sociais e emails.
- Acesso direto a apps bancárias e de pagamentos como MB Way.
Em poucos minutos, o criminoso pode tentar aceder a estas informações. Entretanto se o dispositivo não estiver protegido com PIN, impressão digital ou reconhecimento facial, o prejuízo multiplica-se. E mesmo com bloqueios, há sempre risco de exploração dos dados guardados na memória.
O que podes fazer para evitar ser vítima
A boa notícia é que este tipo de roubo é fácil de prevenir com alguns cuidados:
- Nunca deixes o telemóvel em cima da mesa. O hábito de o pousar ao lado do café é o maior facilitador deste golpe.
- Mantém atenção a abordagens estranhas. Se alguém se aproximar com papéis ou objetos grandes, fica atento aos teus bens.
- Guarda o telemóvel em locais seguros. Um bolso interior, uma mala bem fechada ou mesmo no casaco reduzem o risco.
- Tranca sempre o dispositivo. PINs fortes e autenticação biométrica dificultam o acesso imediato após um roubo.
- Ativa o rastreamento remoto. Tanto Android como iOS permitem localizar, bloquear e até apagar os dados do telemóvel à distância.
A falsa sensação de segurança
Muitos acreditam que num espaço cheio de pessoas é improvável alguém arriscar um roubo. Mas precisamente por haver tanta gente e movimento, os assaltantes sabem que é mais fácil passar despercebidos. O truque do papel ou jornal é eficaz porque não parece uma ameaça.
A vítima só percebe que foi roubada quando já é tarde. E, nessa altura, os segundos que perdeu a tentar perceber o que aconteceu são suficientes para o criminoso desaparecer na multidão.
Entretanto o novo método de roubo em cafés mostra como os criminosos estão sempre a reinventar-se. Assim já não é preciso violência nem pressa: basta um gesto discreto para um telemóvel desaparecer sem deixar rasto.
A regra é clara: não deixes o smartphone visível em locais públicos. Pequenos hábitos de segurança podem ser a diferença entre um café tranquilo e um prejuízo enorme que vai muito além do valor do aparelho.