A Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou um alerta urgente: uma nova epidemia de chikungunya pode estar prestes a alastrar-se a nível global. E desta vez, o mundo não está preparado. Mas o que faz a nova epidemia a que Portugal também não escapa?
Segundo a entidade, os sinais são quase idênticos aos que antecederam a enorme epidemia de 2004, que começou em ilhas do Oceano Índico e acabou por afetar meio milhão de pessoas em vários continentes.
Agora, em 2025, a história ameaça repetir-se mas em maior escala.
O que é a chikungunya e porque é tão perigosa?
A chikungunya é uma doença viral transmitida por mosquitos, em especial o temido mosquito-tigre (Aedes albopictus), e causa febres altas, dores articulares fortíssimas e, em casos mais graves, pode ser letal.
O problema? Muitas vezes é confundida com dengue ou Zika, dificultando o diagnóstico precoce.
A OMS avisa: “É uma doença pouco conhecida, mas já foi detetada em 119 países. Mais de 5,6 mil milhões de pessoas estão em risco”.
Situação já está a sair de controlo em algumas regiões
Desde o início de 2025, vários territórios no Oceano Índico já registam surto grave de chikungunya:
- Em Reunião, um terço da população já foi infetada;
- Mayotte e Maurícia estão a relatar aumentos explosivos de casos;
- O vírus está agora a alastrar-se para Madagáscar, Somália, Quénia e também o sul da Ásia.
- Na Europa, França já confirmou casos de transmissão local, e Itália está a investigar casos suspeitos, todos ligados a pessoas vindas das zonas de risco.
O papel do mosquito-tigre (e porque Portugal deve estar atento)
O mosquito responsável, o Aedes albopictus, conhecido como mosquito-tigre, já está presente em Portugal, sobretudo no Algarve e zonas quentes do sul. Com o aquecimento global, este mosquito está a migrar para norte e a adaptar-se a novos climas.
Este mosquito pica de dia, sobretudo ao início da manhã e no final da tarde, e reproduz-se em água parada como baldes, vasos, bebedouros ou calhas entupidas.
OMS quer evitar nova catástrofe global
“Quando falamos de milhões de casos, mesmo uma taxa de mortalidade de 1% pode significar milhares de mortes”, avisou Diana Rojas Alvarez, porta-voz da OMS.
A organização pede ação imediata dos países para reforçar a vigilância, sistemas de diagnóstico e campanhas de prevenção.
Em regiões sem imunidade natural, o vírus pode infetar até 75% da população num curto espaço de tempo.
Como estar mais protegido
A OMS recomenda:
- Usar repelente de mosquitos diariamente, mesmo em zonas urbanas;
- Evitar acumulação de água parada (baldes, pratos de vasos, pneus, etc.);
- Manter portas e janelas protegidas com redes;
- Consultar um médico em caso de febre súbita com dores nas articulações.
O que em 2004 começou como “um problema nas ilhas” tornou-se uma epidemia global silenciosa. Agora, em 2025, os mesmos padrões estão de volta com ainda mais mobilidade, menos vigilância e um planeta mais quente.
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