Quinta-feira, Setembro 18, 2025

Netflix usou IA para criar efeitos especiais. E agora?

Como estamos fartos de dizer, a Inteligência Artificial chegou para mudar tudo, ou pelo menos quase tudo. Dentro deste quase tudo, temos de incluir o seu próprio emprego, seja este qual for.

Aliás, até os estúdios de animação, ou responsáveis por efeitos especiais, começaram a tremer. Caso não saiba, a Netflix acaba de confirmar aquilo que muitos já viam como inevitável…

Netflix usou IA para criar efeitos especiais. E agora?

A Inteligência Artificial generativa entrou oficialmente no mundo das séries e do cinema, com a estreia de “El Eternauta”, uma produção de ficção científica argentina que recorreu à tecnologia para criar efeitos visuais de forma mais rápida e barata.

O problema? Esta decisão pode ter um preço mais alto do que se imagina.

10 vezes mais rápido, e mais importante que isso, 10 vezes mais barato

Durante a apresentação dos resultados do segundo trimestre, o co-CEO da Netflix, Ted Sarandos, revelou que os efeitos especiais da série teriam ultrapassado o orçamento caso não tivessem optado por usar IA.

Mais concretamente, uma das cenas-chave (o colapso de um edifício em Buenos Aires) foi criada com ferramentas de IA generativa e concluída 10 vezes mais depressa do que seria possível com métodos tradicionais.

Segundo Sarandos, este tipo de tecnologia não serve apenas para poupar dinheiro, mas também para dar mais liberdade criativa às equipas. “Foi um resultado incrível e feito a uma velocidade impressionante”, explicou o executivo, destacando que os próprios criadores ficaram entusiasmados com o que viram.

Um elogio à IA… e um aviso.

A Netflix não esconde que quer usar agressivamente a IA nos seus futuros projetos, sobretudo nos de ficção científica, onde os efeitos visuais consomem grande parte do orçamento e do tempo de produção.

Mas esta aposta levanta uma questão inevitável: o que acontece quando a IA começa a substituir as pessoas?

Neste momento, a Netflix ainda fala de “pessoas reais a fazer trabalho real com melhores ferramentas”. Mas, se é possível fazer o mesmo trabalho 10 vezes mais depressa, será que ainda vai ser preciso manter equipas inteiras de artistas, técnicos e especialistas em VFX?

Fim de muitas carreiras?

É verdade que a IA pode ser uma aliada poderosa. Pode acelerar processos, facilitar tarefas repetitivas e até permitir que projetos mais pequenos tenham ambições maiores. Aliás, quem ainda não usa IA no dia-a-dia, está a perder terreno para quem sabe usar.

Mas também é verdade que a indústria está à beira de uma transformação profunda, onde os postos de trabalho mais técnicos correm o risco de desaparecer.

O problema é o que vem depois. Afinal, se a IA consegue fazer o trabalho mais rápido, mais barato e com qualidade aceitável, quantos estúdios vão resistir à tentação de cortar pessoal?

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Nuno Miguel Oliveira
Nuno Miguel Oliveirahttps://www.facebook.com/theGeekDomz/
Desde muito novo que me interessei por computadores e tecnologia no geral, fui sempre aquele membro da família que servia como técnico ou reparador de tudo e alguma coisa (de borla). Agora tenho acesso a tudo o que é novo e incrível neste mundo 'tech'. Valeu a pena!

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