Já toquei no assunto ontem, mas acho que temos de voltar a falar sobre isto.
Na GITEX Global 2025, no Dubai, Sam Altman (OpenAI) conversou à distância, a partir de San Francisco com Peng Xiao (G42) sobre o futuro da IA nos próximos anos. Mas… Num discurso que muito honestamente pouco ou nada de interesse teve, uma frase incendiou a sala:
- “Tenho um filho nascido em 2025 e não acho que ele vá ser mais inteligente do que a IA. Mas, acredito que isso não vai afetar a felicidade ou a realização dele ao longo da sua vida.”
Uma frase interessante, porque se o meu pai fosse Sam Altman, também não iria estar muito preocupado com o meu futuro. Mas não é. O meu pai fez muito por mim, mas não tem milhões no banco para mim, para os netos, e para os bis-netos que eventualmente poderá ter.
Basicamente, para Altman, estamos a entrar numa era de superinteligência em que a convivência humano-IA será normal, e, se soubermos adaptar-nos à nova realidade, será benéfica.
Mas… e se não for possível uma adaptação para todos?
Essa é a questão do milhão de euros que ninguém quer responder. Entretanto, vemos milhares de pessoas a perder o emprego, porque com a IA a ganhar inteligência e autonomia, as empresas preferem aumentar margens de lucro, em vez de potencialmente melhorar a qualidade de vida do staff.
O que ficou dito (sem rodeios)?
- GPT-5 já faz “pequenas mas reais descobertas científicas”: um passo simbólico rumo a IA como motor de investigação.
- Calendário otimista e assustador: em 2026, sistemas de IA a descobrir novos insights; em 2027, robôs a executar tarefas práticas no mundo real.
- Energia = inteligência: “O custo da inteligência vai igualar o custo da energia.”
- Project Stargate: parceria G42 com a OpenAI para um data center de 1 GW nos EAU, com plano de expansão para 5 GW.
- Escritórios “AI-native”: o gabinete do presidente da G42 opera com uma relação 10:1 de agentes de IA por humano.
- Casa desenhada pelo ChatGPT: mais de 500 prompts, construída em menos de um ano. Um exemplo do que Altman chama de IA “integral ao quotidiano”. (Nem os arquitetos e engenheiros se safam!)
“IA mais inteligente do que nós”?
Altman assume que é “estranho” aceitar que a IA supera o nosso teto cognitivo, mas diz que não tem de ser ameaçador. Nós não temos de ser mais inteligentes, temos de saber conviver com o que aí vem.
Dito tudo isto, o CEO da OpenAI reconhece que há limites: deixar a IA decidir como vivemos “parece mau e perigoso”. O caminho, segundo ele, é coexistência com regras, ambição e adaptação, com energia barata e limpa como pré-requisito.
Em suma, Sam Altman pinta um futuro de IA útil e poderosa, com descobertas científicas, robótica prática e data centers monstruosos a alimentar tudo. E sim, a IA será mais inteligente do que nós, mas, se depender dele, isso não é o fim do mundo. É o começo de outro! Se alguem ficar pelo caminho… Bem… Logo se vê.
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