Multibanco vai acabar? O que muda com a nova geração de máquinas

Durante décadas, o Multibanco foi um dos maiores orgulhos nacionais. Criado em Portugal, tornou-se referência mundial e ainda hoje é um dos sistemas mais completos do planeta. Mas à medida que o mundo caminha para os pagamentos digitais, muitos começam a perguntar-se: será que o Multibanco vai acabar? A resposta curta é não. Mas o sistema vai mudar profundamente nos próximos anos e a nova geração de caixas automáticas já está a ser preparada em silêncio.

O início do fim… ou apenas uma transformação?

Nos últimos anos, as caixas Multibanco têm vindo a desaparecer em muitas zonas do país.
Há menos máquinas nas aldeias, menos terminais em pequenas lojas e mais falhas de serviço ao fim de semana. É normal que as pessoas perguntem se o sistema está a ser “desligado”.

Na verdade, o Multibanco não vai acabar. Ou seja, vai transformar-se. O que está a acontecer é uma substituição progressiva por equipamentos de nova geração, capazes de fazer muito mais do que levantar dinheiro.

As novas “Smart ATMs”: muito mais do que levantar notas

A SIBS (empresa que gere o Multibanco) está a apostar num novo modelo de caixas inteligentes, chamadas Smart ATMs. Estas máquinas já estão a ser testadas em alguns locais e trazem uma série de novidades:

  • Leitura por QR Code para pagamentos rápidos.
  • Autenticação biométrica, incluindo impressão digital e reconhecimento facial.
  • Depósitos instantâneos, sem necessidade de envelope.
  • Integração com MB Way e apps bancárias (podes fazer operações no telemóvel e concluir na caixa).
  • Interface tátil renovada, com design semelhante ao dos smartphones.

Em resumo: o Multibanco clássico, aquele dos botões duros e ecrã verde, vai desaparecer, dando lugar a caixas mais seguras, mais rápidas e mais digitais.

O papel do MB Way nesta revolução

Outra grande mudança é o peso crescente do MB Way, que se tornou o verdadeiro “braço digital” do Multibanco. Hoje, já é possível fazer transferências, levantamentos, pagamentos, cartões virtuais e compras online sem tocar numa máquina.

MB Way desconhecido

E isso tem consequências: quanto mais o MB Way cresce, menos dependemos das caixas automáticas, o que explica o encerramento de muitas delas.

Mas atenção: o MB Way não substitui o Multibanco. Pelo contrário, é uma extensão dele, pensada para um mundo em que o telemóvel é a nova carteira.

Multibanco vai acabar? As caixas vão continuar, mas com outro propósito

O objetivo da SIBS é simples: manter o Multibanco como ponto físico de apoio, mas com funções avançadas. As máquinas vão deixar de ser apenas para “levantar dinheiro” e passarão a ser balcões automáticos de serviços financeiros.

Nas próximas versões poderás:

  • Fazer levantamentos sem cartão (apenas com QR code);
  • Consultar saldo de várias contas bancárias num só local;
  • Aceder a documentos digitais através da Chave Móvel Digital.

Sim, o Multibanco do futuro pode ser a ligação entre bancos, Governo e cidadãos.

O problema das zonas rurais

Há, no entanto, um ponto crítico: o desaparecimento das caixas em pequenas localidades.
Nos últimos três anos, centenas de multibancos foram desativados, sobretudo em zonas rurais, devido ao baixo uso e aos custos de manutenção.

A SIBS e as autarquias estão a estudar soluções, desde caixas partilhadas entre bancos, até postos móveis, em carrinhas com terminal integrado que percorrem aldeias isoladas.

Enquanto isso, o MB Way continua a expandir-se como alternativa para quem tem smartphone e internet. Mas nem toda a gente tem acesso digital, e esse continua a ser o grande desafio.

Mais segurança e menos burlas

Com o avanço das novas caixas, também chega um reforço de segurança. As futuras máquinas terão sistemas antifraude mais sofisticados, bloqueio automático de cartões suspeitos e alertas em tempo real via app bancária. As tradicionais “burlas do multibanco” vão tornar-se muito mais difíceis embora nunca desapareçam totalmente.

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Catarina Couto
Catarina Couto
Apaixonada por tecnologia desde que usou o primeiro Nokia com ecrã monocromático, começou a escrever sobre gadgets ainda nos tempos da faculdade. Cresceu entre fóruns, blogs e lançamentos de telemóveis e nunca mais largou o mundo digital. Adora testar novos dispositivos, descobrir truques escondidos nos smartphones e simplificar a tecnologia para quem a usa no dia a dia.

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