Há gestos tão automáticos no nosso dia a dia que já nem pensamos neles. Introduzimos o cartão, olhamos para o ecrã do multibanco e começamos a carregar umas vezes no teclado, outras no ecrã tátil. Mas sabias que essa escolha pode fazer toda a diferença na tua segurança? Sim, parece um pormenor… mas não é. E há um motivo técnico (e outro muito mais assustador) que explicam porquê.
A diferença que quase ninguém nota
A rede Multibanco em Portugal é uma das mais seguras da Europa, mas como qualquer sistema, depende também dos hábitos dos utilizadores. Nos últimos anos, muitas caixas passaram a ter ecrãs táteis, onde podemos inserir o código PIN ou confirmar operações. No entanto, o velho teclado físico continua presente e é aí que está o detalhe que pode proteger (ou comprometer) a tua conta.
Teclado físico: mais seguro por uma razão simples
O teclado físico é ligado diretamente ao hardware da máquina, e o sinal do PIN é encriptado logo ali antes de sair do terminal. Ou seja: mesmo que o sistema da caixa esteja comprometido, o código nunca é enviado em texto “visível”. É praticamente impossível alguém conseguir ler o que digitaste.
Além disso, o teclado físico é projetado para resistir a keyloggers e overlays, aquelas capas falsas que os criminosos colocam sobre os botões para copiar movimentos ou registar o PIN.
Ecrãs táteis: convenientes… mas vulneráveis
Os ecrãs táteis são confortáveis e modernos, mas trazem riscos adicionais. Em algumas máquinas, o PIN é processado pelo sistema principal da ATM, não pelo módulo criptográfico independente do teclado. Isso abre uma pequena mas real janela de vulnerabilidade.
E mais: há casos de películas falsas colocadas sobre o ecrã, invisíveis ao olho humano, que conseguem registar o toque dos dedos. Sim, literalmente criminosos colam uma camada transparente no ecrã e depois recolhem os dados.
As burlas que exploram este detalhe
Nos últimos meses, as autoridades têm alertado para novas variantes de skimming digital. Em vez de instalar leitores físicos no ranhura do cartão (como antigamente), os burlões agora focam-se no ecrã e nas câmaras escondidas.
Alguns casos em investigação envolvem microcâmaras disfarçadas no painel superior do multibanco, a apontar precisamente para o ecrã tátil. E se o utilizador digita o PIN ali, em vez do teclado, adivinha? O código fica gravado em vídeo.
Sempre que possível, usa o teclado físico.
É mais fiável, mais protegido e menos vulnerável a truques visuais.
Cobre sempre a mão enquanto digitas o PIN, mesmo no teclado físico.
Pode parecer exagero, mas basta uma microcâmara instalada na moldura do ecrã para capturar o movimento dos teus dedos.
Evita distracções e pressas.
Os criminosos contam com isso com o hábito de “fazer tudo rápido”. Se algo parecer estranho (teclas soltas, ecrã com brilho diferente, ou película estranha), muda de caixa imediatamente.
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