Durante anos, as IPTV piratas foram vistas por muitos como um “truque inocente” para ver futebol, séries e filmes sem pagar. Mas isso está a mudar e depressa. O que começou por ser uma “guerra entre gigantes” está agora a bater à porta dos próprios utilizadores. E se pensas que isso só acontece em Itália ou Espanha, talvez seja melhor leres isto até ao fim. Mas o que se passa com as multas para futebol ilegal?
Espanha e Itália declaram guerra às IPTV piratas
Em Espanha, LaLiga uniu-se às operadoras que detêm os direitos de transmissão dos jogos como a Movistar ou a DAZN para caçar canais e plataformas que emitem futebol de forma ilegal. A operação foi tão agressiva que acabou por bloquear até sites legítimos, confundidos com páginas piratas. Mas a situação mais extrema vem mesmo de Itália.
Lá, as autoridades decidiram mudar completamente as regras do jogo: quem transmite recebe multas e quem assiste também.
Sim, leste bem. Em Itália, os próprios utilizadores que veem jogos por IPTV pirata estão a receber multas e as sanções não são leves: entre 150 e 500 euros, apenas por aceder a uma stream ilegal.
DAZN enviou cartas a mais de 2000 pessoas
Segundo relatos partilhados em fóruns e no Reddit, a DAZN Itália começou a enviar cartas oficiais a mais de 2.000 utilizadores apanhados a ver transmissões ilegais. Essas cartas oferecem uma “resolução amigável”: pagar 500 euros e prometer nunca mais ver conteúdo pirata.
Quem não aceitar a proposta em sete dias, arrisca-se a ir a tribunal onde o valor da indemnização pode ser ainda maior. E o mais assustador? A empresa tem dados concretos sobre os IPs e as ligações usadas. Ou seja: sabem exatamente quem viu e quando.
E Portugal? Pode ser o próximo alvo
Em Portugal, as autoridades ainda não chegaram a este nível de perseguição, mas os sinais estão todos lá. A Sport TV e a PJ já colaboram há anos em operações contra servidores piratas, e recentemente o CEO da Sport TV foi claro:
“O futebol não pode continuar a ser roubado da forma que é. Precisamos que os piratas sejam presos e que as listas de clientes sejam tornadas públicas.”
Em países como Itália, essa promessa já é uma realidade com utilizadores multados e expostos publicamente. E há quem diga que Portugal poderá seguir o mesmo caminho já nas próximas alterações à lei de comunicações eletrónicas.
O perigo invisível: “ver de borla” pode sair caro
Muitos acreditam que as IPTV “alternativas” são seguras porque usam listas ou apps de terceiros, mas isso é um erro. Assim esses serviços deixam rasto digital, incluindo endereços IP, horários de acesso e até dispositivos usados. Entretanto com as novas colaborações entre operadoras e plataformas de streaming, bastaria um cruzamento de dados para identificar utilizadores em massa.
Além disso, há outro risco: muitas IPTV piratas estão cheias de malware, que pode roubar dados pessoais ou transformar o router de casa num ponto de ataque.
O que está a acontecer em Itália é o alerta mais sério de sempre para os fãs de futebol e séries “gratuitas”. Hoje é Itália, amanhã é Espanha… e depois? Com a pressão crescente das operadoras e o apelo público da Sport TV, Portugal pode ser o próximo a apertar o cerco.
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