Durante o último mês, andava sempre a correr de um lado para o outro. Entre reuniões, chamadas e mensagens, comecei a notar que o meu telemóvel morria sempre antes do fim do dia. Então fiz o que qualquer pessoa faria: ativei o modo de economia de energia. A bateria passou a durar mais, sim… mas ao fim de umas semanas, começaram a acontecer coisas estranhas.
Usas o modo de economia de energia durante semanas? Cuidado!
Notificações que desapareciam, apps que não funcionavam como deviam e um telemóvel que, apesar de mais resistente, parecia meio adormecido. Até que percebi: o modo de poupança de energia pode estar a sabotar mais do que apenas a performance.
A primeira semana: tudo parecia perfeito
No início, foi um alívio. Ativei o modo e senti logo a diferença: a bateria aguentava mais tempo, mesmo com uso intensivo. WhatsApp, Instagram, e-mails… tudo estava lá, mas com menos ansiedade em ver o ícone vermelho da bateria a piscar.
Só que, aos poucos, fui reparando em pequenos atrasos. O alarme demorava mais a tocar. As notificações do calendário vinham tarde. Uma chamada importante foi silenciada sem eu dar conta. Achei que era coincidência. Não era.
O que o modo de economia faz (e o que ninguém te diz)
Quando ativas o modo “economia de energia” no Android, o sistema faz várias alterações silenciosas:
- Reduz o brilho do ecrã
- Diminui a taxa de atualização (em telemóveis com ecrã de 90Hz ou 120Hz)
- Limita o uso de apps em segundo plano
- Suspende notificações push
- Desativa sincronizações automáticas de e-mail, calendário, armazenamento, etc.
- Em alguns casos, desativa até o GPS ou o 5G, para poupar ao máximo
Ou seja, aquilo que estás a usar deixa de ser o teu telemóvel completo. Passas a ter um “versão leve”, mais económica… mas também mais limitada.
As consequências de usar este modo durante muito tempo
Depois de três semanas com o modo ativo 24/7, o meu telemóvel parecia outro. Mais lento. As apps deixavam de funcionar corretamente. As mensagens chegavam com atraso e algumas nem chegavam. Notificações de apps bancárias, por exemplo, passaram a falhar. Até chamadas importantes ficaram em silêncio, porque o sistema tinha bloqueado apps em segundo plano.
O pior? O próprio Android começou a “aprender” esse comportamento. Mesmo depois de desativar o modo, senti que o telemóvel continuava a agir como se estivesse a poupar energia. Só com um reset parcial (e limpeza de cache) é que consegui normalizar tudo.
Quando deves usar o modo economia (e quando NÃO)
Usa-o:
- Se estiveres com menos de 15% de bateria e precisares que aguente
- Durante viagens longas sem carregador por perto
- Em situações de emergência (acampamentos, falhas de luz, etc.)
Evita usá-lo:
- Todos os dias, de forma contínua
- Quando precisas de receber chamadas ou notificações importantes
- Se usas apps bancárias, GPS, apps de segurança ou autenticação
O que aprendi com isto
Poupar bateria é importante, claro. Mas a custo de perder funcionalidades cruciais? Nem pensar. Hoje, uso o modo economia só quando é mesmo necessário. E descobri alternativas muito mais eficazes: desligar o Bluetooth quando não estou a usar, reduzir o brilho manualmente, ou simplesmente fechar apps em segundo plano.
Aliás, a maior poupança veio quando tirei apps inúteis e reduzi os widgets do ecrã principal. Sem esforço, ganhei 1 a 2 horas de bateria por dia sem sacrificar notificações ou desempenho.