Com o fim da pandemia, a forma como se trabalha mudou, tanto em casa como on escritório. Tivemos de abrir os braços a aplicações como o Teams da Microsoft, que agora anda connosco para quase todo o lado.
Mas, dito tudo isto, a Microsoft está prestes a dar ao Teams uma função que promete causar discussão séria no mundo do trabalho. Ou seja,a partir de janeiro de 2026, a aplicação poderá atualizar automaticamente a tua localização sempre que te ligares ao Wi-Fi do escritório.
Na prática, o teu chefe passa a saber exatamente quando entraste no prédio… e quando foste embora.
Microsoft Teams vai dizer ao teu chefe quando entras ou sais do escritório

A ideia, segundo a Microsoft, é simples, e faz todo o sentido. Passa por melhorar a coordenação interna e dizer quem está em que edifício, sem que tenhas de atualizar nada manualmente.
Mas a verdade é que esta novidade abre portas a algo assustador… Vigilância laboral em modo automático.
A função está listada no roadmap oficial da Microsoft (ID 488800) e chega às versões Windows e macOS do Teams. Por enquanto, vem desligada por definição, mas os administradores (e não os utilizadores) decidem se é ativada e se todos são obrigados a participar.
Como funciona?
Assim que um colaborador entra num dos edifícios da empresa e se liga ao Wi-Fi, a informação aparece nas ferramentas de gestão.
Esta mudança surge depois de anos em que o trabalho remoto criou um certo “mundo cinzento” sobre quem está onde. Zoom, Teams e outras plataformas tornaram-se a porta de entrada para um modelo mais flexível, onde muitos conseguiram equilibrar melhor a vida pessoal e profissional.
Aliás, estudos recentes mostram que os trabalhadores mais produtivos passam, em média, duas horas e meia a descansar num dia de trabalho, algo que o escritório tradicional nunca permitiria.
Mas este novo rastreamento automático pode mudar o jogo. Para alguns gestores, será uma ferramenta para saber quem está fisicamente disponível. Para outros, uma forma conveniente de reforçar políticas de regresso ao escritório, que continuam a dividir empresas e trabalhadores.
E há ainda outra preocupação: o risco do “dia de trabalho infinito”. Mais ligação, mais notificações, mais reuniões fora de horas. A própria Microsoft reconheceu num estudo que esta erosão constante da concentração afunda a produtividade.
