Como estamos fartos de dizer ao longo das últimas semanas, a MediaTek decidiu sair um pouco fora da caixa, de forma a oferecer um processador bastante diferente face aquilo que a Qualcomm, Apple e Samsung têm andado a desenvolver para a nova geração de smartphones.
Porém, apesar de um potencial incrível no papel, parece que o novo Dimensity 9300 tem um problema grave.
MediaTek apostou forte e feio no novo SoC! Mas…
É quente à sorte!
Sim, o Dimensity 9300 traz uma configuração de núcleos de processamento que parece incrível no papel. Mas, no uso normal do dia-a-dia, vai significar problemas sérios na gestão da temperatura de qualquer aparelho que tenha este SoC como base! O que por sua vez vai trazer problemas para a autonomia da bateria, e também para a consistência do nível de performance desse mesmo aparelho.
Mais concretamente, a MediaTek está a ter problemas sérios a manter as frequências do seu novo SoC altas, porque as temperaturas sobem de forma inesperada, e por isso, tem de existir uma queda muito significativa das frequências de relógio de todos os núcleos.
Tudo isto significa uma baixa de performance, e mais importante que isso, uma queda da consistência de utilização.
O que aconteceu?
Enquanto todas as fabricantes utilizam apenas um “super núcleo”, que no caso do Snapdragon 8 Gen2 é um núcleo Cortex-X3, a MediaTek decidiu arriscar tudo e usar quatro super núcleos Cortex-X4.
Mais concretamente, o novo Dimensity 9300 da MediaTek conta com 4 núcleos Cortex-X4 e 4 núcleos Cortex-A720. Ou seja, de forma muito resumida, não existem núcleos mais focados na eficiência energética, é tudo focado na performance (núcleos rápidos e muito rápidos!). Entretanto, no lado da Qualcomm, existe uma divisão mais homogénea, para garantir que os níveis de temperatura não comprometem a performance do dia-a-dia. (Qualcomm usa uma configuração com 4 tipos de núcleos diferentes. 1 muito rápido, 2 rápidos, 2 rápidos (mas menos rápidos), e por fim 3 núcleos eficientes)
Em suma, infelizmente, o processo mais recente de 4nm não chega para que as fabricantes consigam oferecer novos “pacotes” cheios de desempenho, sem literalmente queimar as mãos dos utilizadores.
O que fazer agora?
A MediaTek tem de decidir que caminho quer percorrer. Ou seja, pode baixar as frequências do processador e assim meter em causa a sua performance. Ou então, tentar levar as suas clientes para ofertas mais “controladas”, mas sem os mesmos problemas.
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