Num mundo cada vez mais digital, onde se fazem transferências com um toque no ecrã e se pagam contas sem sair do sofá, há uma pergunta que poucos fazem… mas que devia preocupar toda a gente: será mais seguro usar as máquinas multibanco do que o homebanking? A resposta pode surpreender-te e talvez até mude os teus hábitos.
O conforto do homebanking… e os perigos escondidos
É impossível negar: o homebanking veio facilitar a nossa vida. Podemos consultar o saldo, pagar serviços, fazer transferências ou abrir contas sem sair de casa. Mas essa comodidade tem um preço: a exposição constante a ameaças online.
Ataques de phishing, malware bancário, apps falsas, Wi-Fi públicos armadilhados, keyloggers, falsos SMS… a lista é longa. E pior: muitos desses ataques são invisíveis aos olhos de um utilizador comum. Basta um clique numa mensagem errada, e o estrago está feito.
Aliás, segundo dados da Polícia Judiciária e do Centro Nacional de Cibersegurança, as burlas bancárias digitais continuam a aumentar em Portugal, com destaque para esquemas que envolvem clonar sites de bancos e roubar credenciais de acesso.
E o multibanco? Ainda vale a pena?
Ao contrário do homebanking, as máquinas multibanco (ATM) estão fisicamente isoladas da internet doméstica ou do telemóvel. Isto reduz significativamente os riscos de ataques remotos.
Além disso, as transações nos multibancos exigem sempre o cartão físico e o código PIN, tornando os ataques mais difíceis (mas não impossíveis). Claro que existem casos de skimming (copiar dados do cartão) ou colocação de câmaras escondidas para capturar o PIN mas são situações muito mais raras e fáceis de evitar com vigilância básica.
Por outro lado, as máquinas multibanco não estão sujeitas a ataques por apps maliciosas, redes Wi-Fi comprometidas ou engenharia social por SMS. E isso já é uma grande vantagem.
A diferença está em quem tem o controlo
No homebanking, a segurança depende em grande parte do próprio utilizador: se tem um dispositivo limpo, se não clicou em links suspeitos, se não partilhou dados com terceiros, etc. Já no multibanco, a segurança está mais nas mãos da entidade gestora da rede (como a SIBS) e é menos influenciada por erros humanos do utilizador.
Mas então… o multibanco é mais seguro?
Depende do ponto de vista. Em termos de risco de cibercrime, sim. O multibanco ainda oferece uma camada adicional de segurança física que o homebanking não tem. Principalmente para utilizadores menos experientes, pode ser mais seguro usar o multibanco para certas operações sensíveis, como levantar dinheiro, gerar códigos MB Way ou pagar serviços.
No entanto, se fores cuidadoso, tiveres bons hábitos digitais (como usar autenticação forte, antivírus, evitar redes públicas e estar atento a tentativas de phishing), o homebanking continua a ser seguro e muito mais prático.
A recomendação final
- Se desconfias que o teu dispositivo ou rede está comprometido… vai ao multibanco.
- Se estás num local seguro, com Wi-Fi protegido e usas um telemóvel atualizado, o homebanking é perfeitamente seguro.
- E nunca te esqueças: nunca partilhes os teus dados bancários com ninguém nem por SMS, nem por chamada, nem por e-mail.
Em resumo? O multibanco continua a ser um aliado inesperado na luta contra as burlas digitais. Às vezes, a tecnologia mais “analógica” é mesmo a mais segura.