Quando os supermercados começaram a instalar as máquinas de self-checkout, parecia uma revolução: nada de filas intermináveis, nada de esperar por uma caixa livre, nada de “pode inserir o cartão, por favor”. Só tu, os teus produtos e uma máquina que prometia rapidez e autonomia.
Mas o que parecia ser o futuro das compras está a revelar um lado negro. Clientes inocentes já foram acusados de roubo, perderam dinheiro em falhas de sistema e até caíram em esquemas de burlões que exploram estas máquinas.
Se costumas usar o self-checkout, este artigo é para ti.
O truque do peso no saco
O sistema das máquinas é simples: tu passas o código de barras e depois colocas o produto no espaço do saco, que tem uma balança integrada. A máquina compara o peso do produto registado com o peso real no saco.
Se corresponder, tudo bem. Mas se houver uma diferença mínima, a máquina apita e bloqueia a operação.
E aqui começam os problemas:
- Um saco de plástico pesado pode alterar o valor.
- Colocar dois produtos de uma só vez também.
- Até deixar a carteira ou as chaves no espaço da balança pode fazer disparar o alarme.
Resultado: a máquina trava, o funcionário vem verificar e, muitas vezes, olham-te como se estivesses a tentar roubar.
O truque da etiqueta trocada
Um dos esquemas mais usados em self-checkout é a troca de etiquetas. Assim um cliente mal-intencionado pesa bananas, cola a etiqueta barata e usa-a para passar uvas ou cerejas, muito mais caras.
O problema é que, com tanta gente a fazer compras em simultâneo, quem paga a fatura muitas vezes é o consumidor distraído que estava ao lado ou que usou a máquina imediatamente a seguir.
Já houve casos em Portugal em que clientes foram confundidos com burlões só porque não confirmaram bem as etiquetas.
O “esquecimento” que sai caro
Outro erro muito comum é o produto não registado.
Às vezes é distração: o cliente passa rápido e não repara que o bip não tocou.
Outras vezes o leitor de código falha e a pessoa pensa que registou quando afinal não aconteceu.
À saída, o sistema de segurança detecta o produto sem código. Resultado? Cliente parado, segurança chamado e, em alguns casos, até polícia envolvida.
Mesmo quando é inocente, a humilhação é real.
O dinheiro que desaparece
As queixas não ficam por aqui. Já houve consumidores a relatar que as máquinas:
- Não devolvem o troco certo quando pagas em numerário.
- Não registam corretamente vales de desconto.
- Fazem arredondamentos estranhos nos preços finais.
Quem não confere o talão, perde dinheiro. E é aqui que os supermercados lucram com a distração.
A humilhação pública
O mais grave de tudo? Muitas vezes, mesmo quando a falha é da máquina, o cliente é tratado como suspeito.
Há relatos de pessoas que foram revistadas à frente de toda a fila, acusadas de tentar roubar um simples chocolate que a máquina não registou. Já houve até casos de clientes que chamaram a polícia… e só depois perceberam que a culpa era de um erro técnico.
A promessa de rapidez acaba, muitas vezes, em constrangimento.
Quem ganha com isto?
À primeira vista, parece que os clientes poupam tempo. Mas na realidade, quem mais ganha com os self-checkouts são os supermercados:
- Reduzem o número de funcionários em caixa.
- Transferem para o cliente a responsabilidade de passar tudo corretamente.
- E ainda criam sistemas de controlo que, em caso de falha, culpam sempre o consumidor.
No fundo, és tu quem faz o trabalho de caixa… sem receber nada por isso.
Como te protegeres no self-checkout
Se não queres cair nestas armadilhas, segue estas dicas práticas:
- Passa os produtos devagar e confirma se o bip soou.
- Não apoies sacos ou objetos pessoais no espaço da balança.
- Confere a etiqueta antes de colar no saco.
- Verifica sempre o talão antes de sair da loja.
- Em caso de erro, chama logo o funcionário e explica com calma.
Entretanto o self-checkout pode parecer o futuro das compras, mas tem armadilhas escondidas. Assim uma distração inocente pode transformar-se num momento de vergonha… ou numa acusação injusta.
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